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Prefeitura trabalha para flexibilizar eventos em Porto Alegre

  • Reunião para debater sobre a retomada de eventos em Porto Alegre. Na foto, Secretário Extraordinário de enfrentamento ao Coronavírus, Cesar Sulzbach.
    Sulzbach, da prefeitura, disse que Estado prepara evento teste para os próximos dias (Foto: Martha Izabel/CMPA)
  • Reunião para debater sobre a retomada de eventos em Porto Alegre. Na foto, a presidente da comissão, vereadora Fernanda Barth.
    Vereadora Fernanda lembrou na reunião o exemplo de Belo Horizonte (Foto: Martha Izabel/CMPA)

Os avanços na flexibilização de eventos culturais, corporativos, esportivos e outros estão no horizonte da prefeitura de Porto Alegre para o segundo semestre. A manifestação partiu do Secretário Extraordinária de Enfrentamento ao Coronavirus (Secovid), Cesar Sulzbach, durante participação em reunião da Comissão de Educação, Cultura, Esportes e da Juventude (Cece) da Câmara Municipal da capital gaúcha, realizada na manhã desta terça-feira (6/7).

Sulzbach afirmou que a prefeitura está integrada nesse debate conjuntamente com as demais cidades que fazem parte da 10ª Região de Saúde. Falou que existem protocolos que podem ser determinados pelos municípios, mas outros têm controle restrito ao governo do Estado, e a demanda pela ampliação das atividades do setor de eventos já foi encaminhada ao Comitê de Crise criado pelo Piratini.  “O Estado estuda a realização de um grande evento teste”, adiantou ao projetar que entre 30 e 60 dias é possível que surjam novidades.

Luiz Armando Oliveira, Diretor de Eventos e Turismo da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo (SMDET), reforçou que Porto Alegre trabalha alinhada às políticas do Estado. Que desde a posse do prefeito Sebastião Melo são desenvolvidos esforços para que os eventos aconteçam. Ele reconheceu que é grande o prejuízo a cadeia produtiva que gira em torno do setor, que vai além dos produtores. Mas lembrou que a retomada precisa ser feita com muita responsabilidade “para que não se carregue a pecha de ser o causador de mortes”.

Oliveira falou que experiências bem sucedidas no ano passado acabaram não sendo acolhidas pelo governo do Estado, mas disse acreditar que após a mudança do modelo que extinguiu as bandeiras houveram avanços.  “Em janeiro abrimos um pouco mais, avançamos na liberação de eventos, mas em meados de fevereiro houve um recrudescimento da pandemia o que nos obrigou a ser mais restritivos de acordo com os protocolos colocados, que agora voltam a ser revisados”.

Para ele, a tendência é que as liberações tenham um aumento gradativo ao longo do segundo semestre desse ano, “com números bastante melhores do que os dos últimos 15 meses”. Destacou que a prefeitura está empenhada em fazer e liberar o maior número possível de eventos “dentro dos protocolos” e que a gestão já trabalha com o projeto comemoração dos 250 anos de Porto Alegre, com uma série de atividades para promover a cidade em 2022. “Existe uma equipe composta por diversos setores; a demanda entra pelo escritório de eventos que despacha e consulta todas as secretarias e setores envolvidos, antes da sua deliberação”, justificou.

Profissionais

Profissionais de empresas do setor de eventos também participaram da reunião da Cece. Aline Glaeser, falou em nome dos organizadores da 35° Feira de Negócios Turísticos UGART, que acontecerá nos dias 30 e 31 de julho de 2021 no Barra Shopping Sul, em Porto Alegre. Ela criticou a limitação de público de 275 pessoas no espaço onde será desenvolvida a atividade, lembrando que desse total, 115 são expositores. Já Rodrigo Machado, da Opinião Produtora, disse que eventos testes foram realizados no ano passado com sucesso e citou o show de Nando Reis, no Auditório Araújo Viana. Ele ainda reforçou o empenho da prefeitura da capital em liberar eventos e reconheceu que o nó está no governo do gaúcho, sugerindo pressão sobre os deputados estaduais para que atuem conjuntamente nesse processo.

Eliana Azeredo, da Capacitá, relatou a experiência recente da realização de um evento realizado no Clube Leopoldina Juvenil, “o primeiro desde que o setor foi fechado”. Disse que contou com a presença de autoridades e tudo funcionou dentro dos protocolos exigidos. Lamentou, entretanto que um evento “que deveria ser para 400 pessoas”, teve a capacidade limitada em 150 e cobrou maior liberdade de atuação para o setor.

Guilherme Paradeda, com conhecida atuação na realização de eventos esportivos, questionou se a adoção da apresentação da carteira de vacinação, a exemplo do que fazem outros países, não poderia ser um protocolo a ser adotado em Porto Alegre. Em resposta, Cesar Sulzbach considerou que no futuro isso possa estudado e incorporado, mas que agora, diante do ritmo da vacinação, que só deverá atingir a maior parte da população no final do ano, não teria resultados práticos.

Vereadores

A vereadora Fernanda Barth (PRTB), que presidiu os trabalhos, citou o exemplo de Belo Horizonte, que recentemente liberou a realização de eventos na capital mineira. Para ela, a recrudescimento da pandemia diante da redução de internações e do avanço da vacinação já permite que o setor possa retomar suas atividades no segundo semestre, “que tradicionalmente tem grandes eventos, como a Expointer”. Ela citou que, no país, a perda em arrecadação foi de R$ 6,54 bi com a proibição de eventos, que levou ao desemprego mais de 450 mil profissionais. Elogiou a parceria da prefeitura, mas disse que é preciso maior cobrança junto ao governo do Estado e sugeriu o envio de um documento pela Diretoria de Eventos e Turismo da SMDET com os pontos da reunião.

Mari Pimentel (Novo) falou que já tratou do tema em reunião com o secretário Sulzbach e criticou o que considerou “ativismo” do Judiciário em relação às decisões sobre o setor. Citou caso em que o Ministério Público embargou evento que tinha todos os protocolos organizados e disse que é preciso ampliar o debate para demonstrar que as atividades são possíveis “quando realizadas com a devida segurança”.

Giovani Byl (PTB) também considerou “mais que urgente” a retomada das atividades culturais e eventos, “assim como foi feito com o retorno das aulas, com o cumprimento de protocolos”. Lembrou que muitas festas clandestinas seguem ocorrendo enquanto a parte organizada do setor padece diante das restrições. Falou ainda sobre o fato de as igrejas terem espaços adequados para atividades e estarem limitadas às regras mais rígidas. Para Byl a retomada do setor terá parcela importante no reaquecimento da economia da cidade. Participou ainda do encontro da Cece a vereadora Daiana Santos (PCdoB).

Texto

Milton Gerson (reg.prof. 6539)

Edição

Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)