COSMAM

Projeto ambiental e social de alporquia de frutíferas.

Vereadora Lourdes, proponente do tema Alporquia
Vereadora Lourdes, proponente do tema Alporquia

A Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara (Cosmam) debateu, em 23/8, o Projeto ambiental e social de alporquia de frutíferas. Trata-se de uma técnica milenar com tempo de plantio e colheita reduzidos. O método, também conhecido como enraizamento aéreo, leva cerca de três meses porque segue o ciclo da matriz da frutífera-mãe, que é mais rápido, conforme foi explicado não encontro.

 

Como proponente do tema, a vice-presidente da Cosmam, vereadora Lourdes Sprenger, destacou que o projeto alporquia de frutíferas tem haver com o meio ambiente e a fome no mundo. “Sou autora de Indicativo ao Executivo para avaliação, na medida do possível, de implementar esta proposta. E salientou que a “Cosmam tem como característica apresentar boas propostas”. A vereadora lembrou que a tramitação na Câmara é importante para alavancar projetos que possam beneficiar as pessoas. E que, se for viável, poderia ajudar a diminuir a fome.

 

O ex-vereador Elias Vidal, presente no encontro, falou que o Projeto de Alporquia Social pode ser uma alternativa à produção de alimentos e que os períodos de secas contínuas, pandemia e queimadas tem comprometido a produção de gêneros alimentícios. Disse ainda que em várias partes do mundo há dificuldade na distribuição de alimentos. Vidal disse que a eventual implantação do projeto “vai depender muito da receptividade em Porto Alegre e que serão feitos contatos com outros órgãos e entidades, como a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Fiergs e demais Câmaras de Vereadores”. Salientou que se deve buscar alternativas para um projeto piloto e fazer as compensações, com tecnologia, conhecimento, oferta de alimento para quem mais precisa nas periferias.

 

A bióloga e gestora da Fundação Zoobotânica Patrícia Witt destacou que é importante a discussão do plantio dentro do contexto de árvores frutíferas em Porto Alegre. Disse que, caso seja implantado na Capital, a medida poderá atrair a fauna silvestre, como pássaros em locais específicos e adequados, e também como educação ambiental para estudantes e a população. Ela lembrou que as espécies nativas e frutíferas são mais vantajosas na implementação que as espécies exóticas. Falou que independente da escolha, o projeto seja implementado em locais específicos, pois a legislação não permite em áreas públicas. Disse ainda que a arborização em Porto Alegre está no Plano Diretor e tem legislação específica.

 

O engenheiro agrônomo e gerente do Viveiro Municipal, Rogério Schmidt, disse que conversou com ex-colegas, pesquisadores e professores, e que a alporquia não tem vingado por não ser largamente utilizada no país. Falou que há uma nova norma do Ministério da Agricultura que impede a produção de mudas por alporquia ou enxerto, por proteção, em razão de pragas e doenças. Falou que na “década de 90 houve experimentos em que testaram técnicas de reprodução de mudas como alporquia e estaquia, que durante dois anos foram produzidas e nos dois anos seguintes estavam mortas porque as mudas são suscetíveis ao fungo fitófera”. Quanto à utilização das mudas na Capital, lembrou que quando participou do Grupo de Trabalho de hortas urbanas, em 2020/21, construíram um Programa de Implantação em escolas e postos de saúde. Schmidt ressaltou que a produção de mudas de espécies exóticas não é possível, porque o Viveiro está dentro do Parque Saint Hilaire, como unidade de conservação, e a legislação estadual orienta e impede que sejam produzidas mudas de espécies exóticas nesta área. Alertou que a medida é importante, “mas é um risco criar passivos, querer que a população plante e depois se sinta frustrada porque as plantas podem morrer por ataques de praga. É preciso tomar cuidado não só com a técnica, sem gerar expectativa que depois não se confirme”. Ele sugeriu convidar a faculdade de Economia para que o projeto tenha sucesso e se consolide, “porque com uma base técnica bem fundamentada terá chance maior que sucesso”.

 

Entre os encaminhamentos da reunião, estão:

- Verificar com o Município se pode utilizar o Viveiro como Indicação para o Executivo.

- Pedido de Informação para Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Smamus) sobre o tema e consultar os técnicos a respeito do plantio em nível municipal, particulares ou órgãos externos.

- Ajustar detalhes da proposta para levar adiante o projeto e marcar nova reunião da Cosmam, com técnicos e responsáveis para que seja levado o tema aos demais vereadores

 

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Texto

Glei Soares - Reg. Prof. 8577

Edição

Glei Soares - Reg. Prof. 8577