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Projeto de Fernanda Barth inclui “Holodomor” no currículo escolar municipal

Vereadora Fernanda Barth
Vereadora Fernanda Barth (Foto: Elson Sempé Pedroso/CMPA)

Está em tramitação, na Câmara Municipal de Porto Alegre, o projeto de lei nº 396/21, que visa a incluir o conteúdo sobre o genocídio do povo ucraniano (Holodomor) no programa de ensino da disciplina de História do currículo escolar da rede municipal de ensino. A vereadora Fernanda Barth (PRTB) é autora da iniciativa e destaca que projeto foi encaminhado com o objetivo de levar o conhecimento dessa história aos alunos da rede pública municipal.

Em ucraniano, a palavra Holodomor quer dizer “deixar morrer de fome”, significado que a parlamentar considera que faz jus aos acontecimentos do período de 1931 a 1933, na Ucrânia. “No período, o país era comandado pelo ditador Josef Stalin, que iniciou um processo de “Modernização Nacional” com um Plano Quinquenal. Nesse Plano, o objetivo era forçar uma coletivização da agricultura privada, de forma que aumentasse a produção para vender os excedentes para os interessados. Entretanto, o plano de modernização de Stalin gerou uma grave crise na URSS, pois os fazendeiros tiveram que entregar suas propriedades para o governo soviético e, ao se recusarem, seriam considerados inimigos da revolução. Não apenas fazendeiros foram afetados nesse período, mas todos os intelectuais e religiosos foram deportados com o objetivo de evitar qualquer organização que fosse contra a “Modernização Nacional”, explica a parlamentar.

Fernanda acrescenta, ainda, na justificativa da proposição, que “praticamente tudo que era produzido passou a ser propriedade do governo e, assim, diversas mortes começaram a ocorrer por debilidade nos campos, nas vilas e nas cidades. O número de mortos era tão alto que cadáveres se acumulavam nas casas, nas calçadas, nos campos e nas ruas. Acredita-se que o número de mortos, nesses três anos, tenha sido superior a 5 milhões. Entretanto, se considerarmos as consequências decorrentes desses três anos e todos que foram levados ao trabalho forçado e que, em virtude disso, vieram a falecer, acredita-se que esse número pode chegar a 14 milhões”, finaliza.

Texto: Reprodução CMPA