Plenário

Projeto denomina Parque Pontal no Bairro Cristal

  • Presidente Mônica Leal comparece a convenção de apresentação do Hotel Double Tree by Hilton no Pontal. Na foto, a presidente com Ricardo Jornada, diretor Corporativo da empresa BMPar
    Maquete mostra como será o parque na antiga área do Estaleiro Só (Foto: Ederson Nunes/CMPA)
  • Movimentações de plenário. Na foto, o vereador João Carlos Nedel.
    Vereador João Carlos Nedel (PP) (Foto: Leonardo Contursi/CMPA)

Está em tramitação, na Câmara Municipal de Porto Alegre, projeto de lei de autoria do vereador João Carlos Nedel (PP) que denomina Parque Pontal o logradouro público que se estende entre o Lago Guaíba e a Diretriz 4.906, limitado a leste pela Avenida Padre Cacique, a norte e a oeste pelo Lago Guaíba e a sul pelo Arroio Sanga da Morte, com acesso pela Avenida Padre Cacique, 2.893, localizado no Bairro Cristal.

“A relação da cidade de Porto Alegre com aquela parte da orla do rio Guaíba, hoje conhecida como Pontal do Estaleiro, é muito antiga. Desde uma porção esquecida de terra ribeirinha, passando por local de despejo de dejetos cloacais, até servir de palco para o apogeu e queda de uma grande indústria naval, o terreno que até bem pouco tempo estava ao abandono possui uma história rica e curiosa” diz o vereador.

A região do Pontal começou servindo como local de despejo de uma espécie de penicos colocados nos banheiros, onde eram colocados dejetos sanitários. Estes penicos eram transportados por um trem que fazia o trajeto do cais do porto até as proximidades do Bairro Ipanema, passando por bairros fronteiriços do Guaíba. Em 1950, foi instalada no Pontal do Melo um estaleiro, que encerrou suas atividades em 1995.

“Após o encerramento das atividades da Estaleiro Só, o Pontal do Melo, novamente, transformou-se numa porção de terra abandonada. Porém, não mais com os ares de um local rústico e campestre, mas como o cenário que guardava, em ruínas, a lembrança de uma época de pujança econômica em Porto Alegre”, relata Nedel, que complementa, “Em 2001, o terreno foi levado a leilão, porém não apareceram interessados, já que o regime urbanístico proibia atividades não ligadas à indústria naval na área, ou seja, a lei não permitia construções destinadas ao comércio, serviços ou habitação. Diante deste impeditivo, que afastava interessados em comprar o terreno, um novo projeto de lei, que retirava essa limitação, foi apresentado pelo então Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e aprovado pela Câmara Municipal, que passou a permitir atividades ligadas ao comércio e serviços. Contudo, a restrição a conjuntos habitacionais se manteve”. A mudança na legislação, por meio da Lei Complementar nº 470, de 2 de janeiro de 2002, surtiu efeito positivo e a área foi arrematada em leilão três anos depois.

Após vários projetos apresentados para a urbanização daquela área, que esbarravam em proibitivos legais, em 2018 foi anunciado o início das obras do projeto “Pontal do Estaleiro”, que, além de um complexo comercial formado por um shopping, business center, hotel e clínicas médicas, contará também com um parque público que ocupará três hectares de área, se estendendo por 700 metros ao longo da orla do Guaíba. O espaço, que deve ser entregue à comunidade ao final da obra, será equipado com arquibancadas e mirantes, dois píeres, pista de caminhada, playground temático, um memorial do Estaleiro Só e 52 vagas de estacionamento. 

Texto: Matheus Lourenço (estagiário de Jornalismo)
Edição: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)