Impeachment

Publicitário considera normal propaganda que motivou processo contra o prefeito

  • Reunião Extraordinária da Comissão Processante.
    Vereadores Alvoni, Sossmeier e Rosário, da comissão processante, ouviram Silveira por videoconferência (Foto: Jeannifer Machado/CMPA)
  • Reunião Extraordinária da Comissão Processante. Na foto, o advogado de defesa Dr. Roger Ficher.
    Roger Fischer é o advogado do prefeito (Foto: Jeannifer Machado/CMPA)

Em depoimento realizado na tarde desta terça-feira (6/10) na comissão processante que analisa o pedido de impeachment do prefeito Nelson Marchezan Jr, o presidente do Sindicato das Agências de Propaganda do Rio Grande do Sul (Sinapro/RS), Fernando Silveira, declarou ter considerado normal o processo licitatório e as peças publicitárias produzidas pela agência vencedora e veiculadas durante a pandemia. Conforme o pedido de impeachment, o prefeito teria cometido irregularidades na contratação e execução da campanha ao utilizar recursos do Fundo Municipal da Saúde. Na oitiva, presidida pelo vereador Hamilton Sossmeier (PTB), onde depôs como testemunha de defesa, Silveira disse que teve conhecimento dos fatos porque o sindicato tem como hábito acompanhar processos de maior impacto no mercado publicitário local, inclusive promovendo análise prévia dos editais com o departamento jurídico da entidade, tão logo eles são lançados, para reduzir possíveis falhas que venham a prejudicar as agências associadas.

Inquirido pelo advogado de defesa de Marchezan, Roger Fischer, o publicitário disse que o modelo adotado, baseado em técnica e preço, é o mais usual em todo o país. Explicou que ele garante que as agências vencedoras do certame tenham a certificação e as condições estruturais necessárias para a execução do trabalho. Silveira ainda considerou que as peças por ele visualizadas são apropriadas para uma campanha informativa que tenha como foco os cuidados com a saúde em tempos de pandemia; até mesmo a de aniversário da cidade, “usualmente realizada”, que esse ano teve um olhar voltado ao isolamento social. Sobre a vocação da cidade para o turismo de negócios, e a essa modalidade em campanhas publicitárias, o publicitário disse que são frequentes e destinadas a atrair um público de fora do território do cliente. Portanto, explicou, é comum que as peças sejam publicadas em outras cidades, estados e até países, dependendo do alcance desejado.

Adiamento

O depoimento do presidente do Sinapro/RS teve início, ainda, na tarde da segunda-feira (5/10). Por dificuldades técnicas na transmissão dos vídeos, alguns deles sem áudio, a sessão foi adiada para a tarde desta terça. Ainda ontem, o relator da comissão processante, vereador Alvoni Medina (Republicanos) inquiriu Silveira sobre o tempo necessário para a produção de peças publicitárias, o critério de escolha dos veículos para a divulgação, o peso da audiência nessa escolha e como são definidos os blogs e sites que serão incluídos na apresentação da campanha à população. De acordo com Silveira, o tempo de produção é relativo à complexidade da peça. Ele afirmou que, em geral, a demora é maior na fase de entendimento, quando é apresentado o briefing pelo cliente, e na definição da estratégia.

Silveira disse que o critério de escolha de uma campanha se baseia em um plano de mídia e que depende do público, de números de audiência e adequação para quem se destina. Explicou que existem diferenças de valores em relação a veículos com maior audiência, tanto que, segundo o publicitário, eles mesmos enviam mapa de medição e comprovação para as agências, o mesmo valendo para blogs e sites.

Além do presidente Hamilton Sossmeier, do relator Alvoni Medina, do advogado de defesa e do depoente, acompanharam a reunião os vereadores Ramiro Rosário (PSDB), que também integra a comissão processante, Roberto Robaina (PSOL) e Professor Wambert (PTB). Ao final, Sossmeier informou que o depoimento agendado para as 10h da próxima quinta-feira (8/10) foi cancelado, sendo mantidos os de Tarso Boëlter, ex-presidente do Departamento Municipal de Esgotos Pluviais (DEP), e do deputado federal Mauricio Dziedrick (PTB).

Texto

Milton Gerson (reg.prof. 6539)

Edição

Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)