Rejeitado o controle estatal de todos os leitos de UTI
Os vereadores de Porto Alegre, rejeitaram, durante a sessão ordinária, desta segunda-feira (29/3), toda realizada através da plataforma Zoom, projeto que criava uma fila única de acesso gratuito a todos os leitos das Unidades ou Centros de Terapia Intensiva para o tratamento da Covid-19 em hospitais públicos ou privados da Capital. Foram 10 votos favoráveis, 22 contrários à medida e uma abstenção. A proposta foi apresentada pela vereadora Karen Santos (PSOL). Para garantir a gestão centralizada dos recursos o governo requisitaria tanto os equipamentos quanto as equipes médicas dos hospitais privados que atendem casos da doença. A ideia era permitir que todas as pessoas tivessem direito igualitário aos serviços, independente de terem ou não dinheiro ou planos de saúde. A seleção seria baseada apenas em critérios médicos e científicos, beneficiando, em especial, aos moradores das zonas mais periféricas. A vereadora lembra que as populações destas regiões, com moradias irregulares, maior número de filhos e pouco acesso aos serviços urbanos, são as mais atingidas pela pandemia. Mesmo assim, 56% dos leitos de UTI estão em mãos de entidades privadas. Segundo ela, o município tem apenas quatro Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) para atender a quase um milhão e meio de pessoas, enquanto os melhores equipamentos de saúde – mais estruturados e com quadros de profissionais mais completos – se concentram na região central da cidade. Em sua opinião, o controle público dos recursos da saúde permitiria o respeito à dignidade humana e à solidariedade previstos na Constituição Federal, sem preconceitos e privilégios, inclusive em função de renda, naquela que considera a Capital brasileira mais segregada social e racialmente do Brasil.