Rejeitado projeto que garantia presença de doulas em maternidades
A Câmara Municipal de Porto Alegre rejeitou hoje (22/12) o projeto de lei do Legislativo nº 232/14 que garantia que as maternidades, casas de parto e os estabelecimentos hospitalares congêneres sediados no município deveriam permitir a presença de doulas - acompanhantes especializadas - durante todo o período do trabalho de parto, do parto e do pós-parto imediato, sempre que solicitado pela parturiente. A proposta, de autoria da vereadora Jussara Cony (PCdoB), recebeu 18 emendas e uma subemenda. O projeto foi rejeitado, com 23 votos contrários e quatro abstenções, após a proponente solicitar rejeição à matéria, descontente com as emendas aprovadas em plenário, que, segundo ela, "descaraterizariam" a proposta.
Atualmente, conforme a autora, os partos acontecem em ambiente hospitalar e rodeados de especialistas – obstetras, enfermeiras, anestesistas, pediatras e demais profissionais –, cada qual com sua atuação técnica pertinente. Assim, "com a frequente hospitalização para o parto e com a priorização da 'técnica fria', em muitos casos, muitas mulheres sentem-se inseguras e sem o devido conforto e apoio psicossocial".
Dessa forma, diz Cony, a figura das doulas surge justamente para preencher essa lacuna, suprindo a demanda de emoção e afeto nesse momento de intensa importância e vulnerabilidade. "São o resgate e a reafirmação de uma prática existente antes da mercantilização, da institucionalização e da medicalização da assistência ao parto", atestou.
Texto: Milton Gerson (reg. prof. 6539) Paulo Egidio (estagiário de Jornalismo)
Edição: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)