Reunião da Cosmam trata sobre Julho Dourado Pet
Na manhã desta terça-feira (16/07), a Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) realizou reunião sobre o Julho Dourado Pet: integração contra zoonoses – Estado, município e sociedade civil. A presidente da Comissão, vereadora Lourdes Sprenger (MDB), foi também a proponente da pauta. Lourdes explicou que o Julho Dourado Pet surgiu em uma campanha de vacinação contra zoonoses. Com relação aos animais abandonados ou perdidos durante as enchentes, ela afirmou que muitos abrigos foram feitos por particulares, não pela Prefeitura. Sobre o pós-enchente, pontuou que “é uma realidade de muita dificuldade, que vai se estender por mais meses”. Em sua visão, o momento é de repensar a questão da causa animal. “O orçamento que se tinha era para uma situação normal, mas agora mudou tudo”, complementou.
O chefe da Equipe de Vigilância de Antropozoonoses (Evantropo/DVS/SMS), Paulo Casa Nova, explicou que as zoonoses além de atingir os animais, também atingem os tutores. Ele diferenciou que a Evantropo cuida da transmissão de doenças de animais para humanos e o Gabinete da Causa Animal cuida mais da transmissão de animal para animal. Relatou que muitos animais vieram de outros municípios com a enchente e “acabaram ficando só na responsabilidade de Porto Alegre”. Ele citou também a questão da posse responsável. “Quando a gente adquire um animal, a gente não tá adquirindo um brinquedo. É um ser vivo. Vai dar momentos de muito prazer, mas também de muito trabalho”, apontou.
Fabiana Ribeiro, do Gabinete da Causa Animal (GCA), afirmou que o governo federal repassou R$ 180 mil para causa animal, e o Ibama deu kits com testes para doenças em animais. “Essa quantia não vai sanar todas as demandas que a gente está recendo dos abrigos”, constatou. De acordo com ela, o Estado não entrou com nenhuma proposta até o momento, e o município contratou 70 veterinários desde a situação das enchentes.
O veterinário e diretor-adjunto do Gabinete da Causa Animal, Jairo Ávila, esclareceu que são seguidos protocolos nos abrigos, que incluem além dos cuidados, a vacinação dos animais. Falou que a cinomose (doença infectocontagiosa que afeta cães causada por um vírus) tem sido um problema para os animais abrigados, pois é uma doença muito transmissível. “A Prefeitura de Porto Alegre está fazendo todos os protocolos. A gente contratou 70 veterinários, toda uma força tarefa”, corroborou.
Representando a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Gilberto Fonseca contou que a EPTC possui um abrigo para animais desde 2008. “Nesse período da enchente, nós ficamos trabalhando 24 horas”, revelou, atuando inclusive no recolhimento de animais. Segundo ele, os animais chegaram no abrigo em situação de muito estresse, em função da enchente, mas eles conseguiram cuidar de todos e nenhum deles veio a óbito. Atualmente, há nove animais no abrigo da EPTC.
A coordenadora do abrigo do IPA, Gabriela Graeff, disse que está faltando voluntários nos abrigos. “A gente deveria concentrar num único abrigo”, sugeriu. Afirmou que tem muitos animais ainda a serem adotados e que está organizando formas de pessoas de outros Estados adotarem esses animais, pois na Capital muitas já adotaram.
Como encaminhamentos da reunião, restou a sugestão de centralização de protocolos dos abrigos, e que sejam feitas feiras de adoção animais com critérios mais claros.