Reunião da Cuthab trata sobre dragagem no Guaíba
Na manhã desta terça-feira (25/04), a Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação (Cuthab) realizou reunião para tratar sobre a dragagem no Lago Guaíba. Os proponentes da pauta foram os vereadores Fernanda Barth (Podemos) e Jessé Sangalli (Cidadania). Já na abertura, Fernanda lamentou a ausência de representantes da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema). “Este tema precisa dessas entidades envolvidas no debate”, declarou. A vereadora também apontou que, quando em contato com os órgãos competentes, foi informada que a dragagem seria uma competência do Estado; que é um procedimento caro, e que seria necessária uma modernização dos equipamentos disponíveis hoje para fazer este tipo de serviço.
O engenheiro da Portos RS, Eduardo Schuler, explicou que a empresa pública é responsável por gerenciar e fiscalizar todo o sistema hidroportuário, o transporte de cargas, do Estado. Em sua visão, começar a dragagem pelos canais principais seria complicado, e sugeriu que o projeto piloto poderia iniciar com canais secundários, para ver como as areeiras vão se comportar, pois é um volume bem considerável que eles vão encontrar. “Inclusive para manter a segurança para navegação”, completou. O chefe de gabinete da Portos RS, Flávio Ferreira, comentou que a empresa está aberta para dialogar com as entidades e com o poder público.
O vereador Jessé Sangalli trouxe a questão ambiental e questionou por que as areeiras não poderiam fazer a coleta no leito do rio, sendo que o Estado destinou R$ 90 milhões para esse fim. Ele pontuou que, quando se faz a dragagem, tira-se a areia do fundo e coloca ao lado. O parlamentar acredita que as areeiras teriam interesse em coletar a areia onde é de interesse do Estado, e o problema da areia acumulada no trecho pode solucionar tanto a questão ambiental quanto a areia necessária para a construção civil. “Poderia haver um estudo para classificar a areia do ponto de vista de análise de risco de contaminação, e a engenharia vai dizer qual areia é adequada para a construção civil, para a construção de estradas, de estádios”, elencou Sangalli. Ele ainda exemplificou que a contaminação do rio vai ser muito mais grave do que a utilização dessa areia para a construção de uma rodovia.
Ao final da reunião, os principais encaminhamentos foram buscar junto à Metroplan o mapa de navegabilidade e hidrovias, a possibilidade de municipalizar as hidrovias, criar parcerias com as empresas, através de edital; fazer pedido de informação à Fepam e à Sema, especificando as questões; e a Cuthab fazer a convocação, não mais um convite, para participação das mesmas em uma próxima reunião.