INSTITUCIONAL

Reunião pública no São Geraldo aborda efeitos da enchente

  • Reunião Pública no Bairro São Geraldo
    Encontro foi proposto pela vereadora Mari Pimentel (Foto: Fernando Antunes/CMPA)
  • Reunião Pública no Bairro São Geraldo
    Audiência ocorreu no Nau Live Spaces (Foto: Fernando Antunes/CMPA)

A Câmara Municipal de Porto Alegre realizou uma reunião pública na noite desta quinta-feira (11/7) no bairro São Geraldo para tratar dos efeitos da enchente no 4º Distrito. A audiência foi proposta pela vereadora Mari Pimentel (Republicanos) e conduzida pelo presidente do Legislativo, vereador Mauro Pinheiro (PP).

Claus Lagemann, representante do Sindilojas, disse que “temos um problema gigantesco na mão”. Ele afirmou que “precisamos conseguir sensibilizar o estado e o País” sobre a situação pela qual passa a Capital. Destacou que todos os comerciantes foram afetados, mesmo os que não passaram por alagamentos.

Arlei Romeiro, presidente da Associação dos Empresários do 4º Distrito, pediu auxílio dos órgãos públicos e flexibilização nas linhas de crédito, especialmente para os pequenos empresários. Manifestou preocupação com a possibilidade de uma nova enchente nos próximos meses e pediu providências: “Temos que ter segurança para poder retomar nossos negócios”. Ele afirmou que a enchente representa uma quebra de paradigma: “Se a nossa vida não for cooperativa e coletiva, não vamos sair dessa”.

Neida Borges fez críticas à falta de manutenção do sistema de prevenção de cheias. Ela também cobrou agentes políticos e disse que os benefícios concedidos após a enchente são insuficientes: “Estamos vivos, mas quebrados”.

“Nosso bairro vem sendo destruído e abandonado”, afirmou Sérgio Dihl, lamentando a perda de indústrias ao longo das décadas. “Precisamos de políticas que nos ajudem. Como vamos pegar financiamento sem ter a garantia de que virá uma nova enchente?”, cobrou, pedindo medidas específicas para a zona Norte. 

“Precisamos trabalhar para que, em 50 anos, essa região ainda exista”, afirmou Suzana Jung, dizendo acreditar que, nesse período, o Guaíba irá alcançar a área e pedindo reforço no sistema de prevenção de enchentes. “O 4º Distrito é uma região sucateada e marginalizada”, disse, afirmando que não há verdadeira inovação no bairro.

“Não teve uma porta que não foi atingida no 4º Distrito”, disse Hércules Aléssio. Ele defendeu o fechamento semanal de ruas da região, por menos de uma hora, para chamar atenção para o problema: “Temos que nos unir, de uma forma que apareça sempre, para que eles não aguentem mais”. Luis Carlos dos Santos cobrou “trabalho incansável para que não ocorra mais uma enchente”. Ele afirmou que “podemos até reconstruir, mas se não houver uma solução definitiva para esse problema, se formos negacionistas de achar que não vai acontecer de novo, nós vamos afundar”. 

“O que efetivamente foi feito por nós?”, questionou Ida Lang. Ela pediu isenção de impostos e cobrou revisão do valor venal dos imóveis da área. Também disse que o bairro precisa de mais segurança. José Ricardo Miranda pediu dragagem imediata do Guaíba. 

“Não adianta nada a gente se reerguer e depois vir tudo por água abaixo”, afirmou Ido Júnior, cobrando ações para evitar uma nova enchente. Ele pediu uma revitalização do 4º Distrito feita pelo poder público. Chico Kops agradeceu a presença dos vereadores e pediu que eles efetuem cobranças ao prefeito. “Estamos atirados às traças”, disse, solicitando a recuperação da área.

Fábio Ghessi cobrou atitudes para que não ocorra uma nova enchente: “O nosso 4º Distrito é muito relevante para a cidade”. Camila Borelli, proprietária do Nau Live Spaces, onde ocorreu a reunião, disse que “as coisas não estão acontecendo para os pequenos, médios e grandes empresários”. Afirmou que a região irá passar agora por um momento de “ou vai, ou racha”.

Após as falas do público presente na audiência, os parlamentares se manifestaram. Eles abordaram as medidas tomadas pelo poder público para lidar com os efeitos da enchente, inclusive a proposta do Executivo municipal de suspensão da cobrança do IPTU. O presidente Mauro Pinheiro também relatou seu encontro com o ministro Paulo Pimenta e o andamento das iniciativas de enfrentamento às consequências da enchente. “Estamos aqui ouvindo, fazendo o nosso papel de fiscalizadores e buscando encaminhamentos”, destacou Pinheiro.

 

Texto

João Flores da Cunha (reg. prof. 18241)

Edição

João Flores da Cunha (reg. prof. 18241)