CIDADE

Revitalização do Cais Mauá é apresentado pelo governo do Estado

Vereador Ramiro Rosário (PSDB) esteve presente no evento no Palácio Piratini e fez um vídeo com o governador Eduardo Leite

  • Os investimentos previstos em urbanização, revitalização e desenvolvimento imobiliário da área do cais são de R$ 1,3 bilhão em 15 anos
    Os investimentos previstos em urbanização, revitalização e desenvolvimento imobiliário da área do cais são de R$ 1,3 bilhão em 15 anos
  • Cerca de R$ 300 milhões serão investidos nos primeiros 5 anos, com a geração de 45 mil empregos diretos nas obras e 4 mil empregos permanentes
    Cerca de R$ 300 milhões serão investidos nos primeiros 5 anos, com a geração de 45 mil empregos diretos nas obras e 4 mil empregos permanentes

O reencontro dos porto-alegrenses com o rio Guaíba, o maior cartão postal da Capital gaúcha, já pode ser vislumbrado para os próximos anos. O projeto de revitalização do Cais Mauá, lançado nesta quinta-feira, 25, pelo governo do Estado, prevê a derrubada do muro, a construção de edifícios comerciais e residenciais, e assim a ocupação efetiva do local, hoje abandonado, pela população.

A partir de estudos técnicos e de workshops de diálogo realizados com a sociedade, o projeto do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Consórcio Revitaliza busca a reintegração do Guaíba e do cais com a cidade, especialmente com o Centro Histórico.

Presente ao evento, no Palácio Piratini, o vereador Ramiro Rosário (PSDB) conversou com o governador Eduardo Leite para saber detalhes do projeto. Veja o vídeo aqui.

“É um sonho dos porto-alegrenses e dos gaúchos a revitalização do Cais Mauá, que hoje já tem um aperitivo, o Cais Embarcadero, plenamente aprovado por todos”, disse Ramiro.

Mas o que tem de diferente o atual projeto dos outros apresentados nos últimos 30 anos. O governador respondeu: “Aprendemos com o que ocorreu no passado. Mudamos o modelo. As docas, por exemplo, serão alienadas ou privatizadas e não mais concedidas, o que limitaria o retorno financeiro a 25 ou 30 anos. Isso sustenta um aporte de investimentos maior porque a posse será permanente”, disse Eduardo Leite.

O governador confirma que a intenção é derrubar o Muro da Mauá. Ao invés de fazer a contenção de eventuais cheias pelo muro, a proposta é fazer uma elevação do piso em 1,5 metro, formando um calçadão, e ainda implantar barreiras removíveis para servir de proteção a possíveis inundações.

Eduardo Leite reconheceu o protagonismo da Câmara de Vereadores ao aprovar, na noite da última quarta-feira, 24, o Programa de Reabilitação do Centro Histórico da Prefeitura de Porto Alegre. “A mudança do plano diretor do Centro autoriza o uso residencial e permite aumentar a altura das torres que serão construídas na região. Ou seja, é fundamental para a viabilização do projeto. Sem isso, não haveria condições para revitalizar o Cais Mauá”, observou o governador.

O PROJETO
O terreno do cais é de propriedade do Estado, com área de 181,3 mil metros quadrados às margens do Guaíba, e se divide entre os armazéns, as docas e o espaço do Gasômetro. Em fevereiro deste ano, o governo do RS e o BNDES assinaram o contrato para a estruturação da modelagem de desestatização do local.

A proposta de urbanização prevê o uso e ocupação contínua do cais durante os sete dias da semana. O projeto apresentado prevê a alienação da área das docas e a utilização dos recursos para a revitalização de outras áreas, que serão operadas pela iniciativa privada em regime de concessão. Na área dos armazéns e do Gasômetro, há a indicação de espaços voltados para contemplação, entretenimento, cultura, conhecimento histórico e do patrimônio, inovação, gastronomia, comércio, tecnologia e eventos. Na área das docas, é sugerida a implantação de empreendimentos imobiliários residenciais, corporativos e hoteleiros.

OS NÚMEROS
Os investimentos previstos em urbanização, revitalização e desenvolvimento imobiliário da área do cais são de R$ 1,3 bilhão em 15 anos. Cerca de R$ 300 milhões serão investidos já nos primeiros cinco anos, período no qual se espera a completa revitalização da área dos armazéns e do Gasômetro, além do início de desenvolvimento da área das docas.

Com a realização do projeto, se estima a geração de 45 mil empregos diretos na fase de obras e 4 mil empregos diretos em caráter permanente. Os estudos apontam a circulação de aproximadamente 15 mil visitantes por dia na área reurbanizada.

A modelagem da desestatização do Cais Mauá é realizada pelo BNDES desde maio de 2021, com auxílio de consultores especializados que integram o Consórcio Revitaliza. A partir da etapa de levantamento e diagnóstico, foi elaborado o masterplan de usos e ocupação da área com as seguintes premissas:

• A criação de um novo espaço urbano de acesso público, propício ao fomento do turismo, do empreendedorismo, da tecnologia e da inovação
• O fomento à economia criativa buscando a retenção de jovens talentos em Porto Alegre
• A promoção do desenvolvimento sustentável, com a revitalização do patrimônio histórico-cultural do Centro da cidade e o resgate da relação com o Guaíba.

O secretário extraordinário de Parcerias, Leonardo Busatto, exaltou a parceria com o BNDES e o Consórcio Revitaliza na elaboração do projeto. “As pessoas estiveram afastadas desse símbolo da cidade de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul por muito tempo porque há uma barreira física, que é o muro, e por ser um local deteriorado e não atrativo. Ainda temos um longo caminho pela frente, mas já conseguimos enxergar o futuro nessa proposta estruturada e bem construída por meio de uma parceria muito qualificada”.

A modelagem de negócio, a jurídica e o masterplan ainda serão apresentados para potenciais investidores e passarão por audiências públicas. O processo licitatório será realizado pelo Estado, com a publicação do edital prevista para maio de 2022 e, se tudo der certo, assinatura do contrato em agosto do próximo ano.

Clique aqui e confira a apresentação do projeto.

Edição

Orestes de Andrade Jr. (reg. prof. 10.241)