Mobilidade Urbana

Ruas leva Transporte fluvial para debate na Cuthab

Vereador quer incluir essa modalidade na política de transporte coletivo de passageiros

  • Reunião de Comissão - CUTHAB - Transporte fluvial de passageiros em Porto Alegre.
    Reunião de Comissão - CUTHAB - Transporte fluvial de passageiros em Porto Alegre. (Foto: Yasmim Fernandes Borges/CMPA)
  • Reunião de Comissão - CUTHAB - Transporte fluvial de passageiros em Porto Alegre.
    Reunião de Comissão - CUTHAB - Transporte fluvial de passageiros em Porto Alegre. (Foto: Yasmim Fernandes Borges/CMPA)

A Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação (Cuthab) realizou reunião, nesta terça-feira (17/05/2022), para tratar do transporte hidroviário de passageiros em Porto Alegre. O tema foi solicitado pelo vereador Pedro Ruas, líder do Psol na Câmara de Vereadores e autor da lei 6384/89 - transporte Fluvial, que possibilita o transporte hidroviário coletivo de passageiros em Porto Alegre e serviu de base para a implementação, há dez anos, da travessia Porto Alegre /Guaíba pela empresa Catsul.

  Conforme Ruas, o transporte fluvial de passageiros precisa ser visto como um complemento em apoio às políticas de mobilidade urbana, como uma alternativa que poderá, a médio prazo, permitir inclusive ligações, não só dos bairros da zona sul ao centro, do centro às ilhas, mas também para várias regiões do Estado e até mesmo Uruguai. Ruas enfatizou, ainda, que organismos internacionais disponibilizam recursos para a implementação de políticas de desenvolvimento, mediante projetos dos governos, e que a Cuthab tem condições de apoiar na busca desses recursos.

O secretário adjunto de Mobilidade Urbana, Matheus Ayres, apresentou o Plano Hidroviário Metropolitano, que aponta, além das duas estações já existentes no Centro (Cais do Porto) e Cristal (Barra Shopping Sul), outras sete novas estações tecnicamente viáveis - Ilha da Pintada, Centro (Orla/Gasômetro), Estádio Beira-Rio, Vila Assunção, Tristeza, Ipanema e Belém Novo. Entre as vantagens – comparando com o transporte rodoviário – destacou que um deslocamento da Ilha da Pintada ao Centro de Porto Alegre, que pelo transporte rodoviário percorre 17,5 km e dura 40 minutos, pelo hidroviário, percorreria 4 km em 12 minutos. Conforme Ayres, no momento a Prefeitura está planejando a ligação do Centro de Porto Alegre à ilha da Pintada, mas não está fechada para propostas de interessados em ampliar as linhas. Informou que em chamamento realizado para essa primeira linha, ainda na gestão anterior, não houve interessados.

O debate foi conduzido pelo vereador Jesse Sangalli (Cidadania), presidente da comissão, e contou com a participação dos vereadores membros da comissão, com representantes da Catsul – Hugo Fleck e João Wolf; da Metroplan, Jayme Keunecke; do presidente  do Sindicato dos Trabalhadores Marítimos Fluviais, Valdez Francisco; da Fetergs , Joabel Pereira e de representantes da ATP, da PGM, entre outros interessados.

  Além de elogiar a Comissão e o vereador proponente pela escolha do tema a ser discutido, o diretor-presidente da Catsul, Hugo Fleck destacou que a implementação de linhas de transportes fluviais é sobretudo uma decisão de caráter político e ambiental. “É um transporte limpo, menos poluente e aproveita uma via pronta, que em alguns casos, como no Guaíba, não depende de grandes investimentos para se manter o trajeto ou calado”, enfatizou. O empresário destacou que se houver interesse, esse transporte poderá inclusive apoiar a criação de rotas turísticas na área ambiental, abrangendo todo o manancial existente na região metropolitana. Destacou que com pequenos ajustes, com as leis já existentes – entre essas a Lei estadual 14.951/2016 – Que Cria o Transporte Público Hidroviário no Sistema Estadual de Transporte Público Intermunicipal de Passageiros de Longo Curso – STELC, de autoria de Pedro Ruas – será possível pensar nessas novas possibilidades. Enfatizou que será necessário vontade política e estudos aprofundados, focados na viabilidade econômica, mas visando o aproveitamento pleno do manancial hídrico e das estruturas e embarcações.

Foi acertado que a Cuthab prosseguirá buscando soluções para por na prática esse projeto de inclusão dos mananciais fluviais na política de mobilidade urbana. Para o proponente, que luta há muitos anos com o tema, a Cuthab tem condições de ir em busca de saídas para esse tema. “Se não temos recursos, vamos em busca, não podemos esmorecer”, afirmou Pedro Ruas.

 

Texto

Jurema Josefa /Imprensa gabinete

Edição

Jurema Josefa (MTB 3.882/RS)