Direitos Humanos

Semana da Consciência Negra recebe inscrições até dia 8

O gaúcho João Cândido, líder de 1910 Foto: Arquivo/CMPA
O gaúcho João Cândido, líder de 1910 Foto: Arquivo/CMPA

Estão abertas, até 8 de outubro, as inscrições para projetos de entidades organizadas do Movimento Negro, grupos de reflexão e de ações antirracismo com a finalidade de compor a programação da 26ª Semana da Consciência Negra e de Ação Antirracismo da Câmara Municipal de Porto Alegre. O evento será realizado de 12 a 20 de novembro, tendo como tema João Cândido, 100 Anos de Luta.

Para a inscrição, as entidades deverão anexar ao projeto proposto a seguinte documentação: estatuto social registrado em cartório; ata de nomeação da atual diretoria: CNPJ atualizado da entidade; nome, RG, CPF, endereço e forma de contato com o presidente ou representante legal da entidade; histórico do trabalho desenvolvido e registro no ISS. Clique aqui para obter o regulamento completo de inscrição.

As inscrições estão sendo recebidas no Setor de Protocolo da Câmara (Avenida Loureiro da Silva, 255, térreo), de segunda a quinta-feira, das 9 às 11h30min e das 13h30min às 17 horas, e, às sextas-feiras, das 9 às 11h30min e das 13h30min às 15h30min. Informações: (51) 3220-4195 e 3220-4196, com Vera Anita.

O Almirante Negro

Nascido em Rio Pardo (RS), em 1880, o marinheiro e timoneiro João Cândido Felisberto foi o principal líder da Revolta da Chibata, levante ocorrido em novembro de 1910, no Rio de Janeiro. Os marinheiros exigiam melhores soldos, alimentação digna e o fim das chibatadas  como castigo nos navios brasileiros.

A revolta abalou as estruturas do governo da época, presidido pelo Marechal Hermes da Fonseca, que teve de tomar medidas rápidas para atender às solicitações dos rebeldes e trazer a paz de volta às águas da Guanabara. Por comandar o protesto, João Cândido foi preso e banido da Marinha, mas conseguiu acabar com os castigos corporais como punição aos marujos.

Batizado de Almirante Negro, João Cândido tornou-se exemplo de luta pelos direitos humanos e contra o racismo. Morreu no Rio em 1969, aos 89 anos, pobre e esquecido pelas autoridades, sem realizar seu desejo de ser reintegrado à Marinha. Somente em 2008, uma lei concedeu anistia póstuma a ele e a outros marinheiros, mas, em 2010, no ano do centenário da Revolta da Chibata, os familiares de João Cândido e de outros revoltosos continuam sem indenização.

Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)   

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Inscrições para a Semana da Consciência Negra vão até o dia 8