Plenário

Sessão Ordinária / Lideranças

Movimentação de plenário. Na foto: Vereadores Adeli Sell, Mauro Pinheiro, Kevin Krieger e Guilherme Socias Villela
Vereadores na sessão plenária (Foto: Leonardo Contursi/CMPA)

Durante a sessão ordinária da Câmara Municipal de Porto Alegre na tarde desta quarta-feira (18/5), nos períodos destinados às Lideranças partidárias, os vereadores abordaram os seguintes assuntos: 

FAUNA - Rodrigo Maroni (PR) falou sobre o trabalho do setor de Controle de Zoonoses de Barueri (SP), que ele visitou em julho do ano passado. “É o lugar onde mais se resgatam animais silvestres no país, para depois readaptá-los à natureza”, registrou. O vereador também lembrou que, em décadas passadas, era comum a comercialização de animais nas margens das rodovias gaúchas. “Quando ia para o litoral pela freeway, era costumeiro ver rapazes vendendo caturritas e papagaios, uma prática tradicional”, afirmou. Conforme Maroni, cerca de 38 milhões de espécies silvestres são traficadas e vendidas para dentro e fora do país. “Tudo para massagear o ego de quem pode pagar alguns milhões por um animal”, completou. (PE)

SUS - Jussara Cony (PCdoB) criticou a declaração do novo ministro da Saúde, Ricardo Barros, que afirmou que o tamanho do SUS precisa ser revisto. “É o que dizíamos: o golpe que rasgou a Constituição expõe sua natureza nefasta, quando o ministro interino ataca uma política pública vitoriosa em uma luta que durou décadas”, disse a vereadora. Para ela, uma postura “golpista e privatista” foi colocada no Ministério da Saúde a fim de diminuir o Sistema Único de Saúde. “Essa é a ponte para o futuro do senhor Temer, que visa entregar o patrimônio do povo brasileiro aos interesses do capital nacional e internacional. Estou muito preocupada, pois o SUS é a maior política pública nesta nação e restringi-lo é restringir a democracia”, sentenciou. (PE)

VISITA - Falando sobre a visita da Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude, da qual é presidente, à praça Parque dos Nativos, Tarciso Flecha Negra (PSD) destacou que o ato foi solicitado pela comunidade. “Este é o nosso dever como vereadores: ajudar as comunidades e fiscalizar, levando as demandas às secretarias.” Tarciso afirmou que uma praça bem cuidada é “uma ajuda enorme” à população que reside próxima a ela. “A nossa luta é a luta do bem-estar da comunidade”, disse. O vereador também abordou o assunto do diabetes, principalmente em ex-atletas. “É uma doença silenciosa, e o atleta, que é movido a carboidratos e glicose, quando não os gasta, fica vulnerável ao diabetes.” (PE)

PRIORIZAÇÃO – João Carlos Nedel (PP) solicitou aos colegas a priorização de votação para o projeto de sua autoria que estabelece regras para a realização de feiras que visem à comercialização de mercadorias no varejo municipal. “O projeto está desde março de 2015 aqui na Casa e já foram feitas emendas reduzindo as exigências para que essas feiras se realizem. Por isso peço priorização, tendo em vista que autoridades do comércio lojista estão nos visitando”, disse o vereador. “Como todos já discutiram a matéria e há um acordo para aceitação das emendas, penso que não será uma votação demorada”, expôs Nedel, que também requisitou priorização para duas resoluções de autoria da mesa diretora da Câmara. (PE)

SUS II - Sofia Cavedon (PT) dividiu seu discurso em dois temas: a declaração do novo Ministro da Saúde, Ricardo Barros, que disse que o tamanho do SUS precisava ser revisto e a extinção do Ministério da Cultura. Sobre o SUS, Sofia questionou: “Como se só tivesse direito à vida quem pode pagar”. Sobre o outro tema, a vereadora elogiou o elenco do filme Aquarius, que fez um protesto no Festival de Cannes. “Foi uma bela iniciativa, já que estamos passando vergonha na imprensa internacional pela atual situação política do Brasil”, afirmou Sofia. Por fim, fez uma observação sobre suas divergências com a Brigada Militar: “Minha crítica é ao Comando e não à corporação”. (AZ)

DILMA – Clàudio Janta (SD) fez duras críticas à presidente afastada, Dilma Rousseff. "Ela fechou 24 mil leitos do SUS e deve milhões à Prefeitura de Porto Alegre. O SUS e a Previdência estão sendo destruídos", declarou. Ele comparou Dilma à vilã da Disney Malévola: "Seus súditos acordaram e começaram a ver suas maldades". Continuou falando sobre a saúde no país, fazendo referência ao programa Mais Médicos, do Governo Federal: "Não adianta trazer médicos de fora; temos que formar médicos daqui e com o nosso dinheiro". (AZ)

SOLDADO – Idenir Cecchim (PMDB) criticou a agressão a um Soldado da Brigada Militar em 2012, em um protesto contra a Copa do Mundo, e que o teria deixado paralítico. “É isso que a bancada de esquerda quer? Que um jovem da brigada militar fique paralítico? Vamos ter vergonha! Isso não é reclamar por cidadania! Quando não é o pessoal mascarado, é alguém jogando pedra", criticou veementemente Cecchim. O vereador explicou que é a favor dos movimentos que ocorrem nas ruas, mas contra a violência. (AZ)

AGRESSÕES – Fernanda Melchionna (PSOL) falou sobre a Brigada Militar e sua gestão, referindo-se às declarações do vereador Idenir Cecchim: "Quem está massacrando a BM é o governador Sartori - massacrando os servidores públicos, no geral -, e isso tem sido repudiado cotidianamente pelo nosso partido". Mencionou também o caso das quatro jovens detidas pela Brigada no protesto que ocorreu na última sexta (13/5) contra o governo Temer.  “Elas foram presas ilegalmente e torturadas física e psicologicamente. Foram arrastadas pelo pescoço e sem direito a defesa”, afirmou Fernanda. Por fim, esclareceu a polêmica com o soldado Eriston Mateus de Moura, que o vereador anterior havia mencionado: “A Brigada emitiu uma nota sobre o soldado dizendo que ele tem uma doença autoimune e que a paralisia não teve relação com a agressão". (AZ)

SEGURANÇA - Engenheiro Comassetto (PT) disse que o trabalho dos servidores da Brigada Militar e da Polícia Civil precisam ser reconhecidos e defendeu que o governo do Estado garanta melhor estrutura para que esses trabalhadores possam desempenhar suas atividades da forma adequada. Também criticou o discurso feito por Idenir Cecchim (PMDB) na tribuna, o qual classificou de "demagógico". Lembrou que os servidores do Estado estão com salários parcelados e que, desta forma, os trabalhadores da segurança pública atuam sem as devidas condições. "O aparato policial deveria estar disponível para proteger a população, ao invés de ser utilizado pelo governo do Estado para arrastar jovens pelas ruas, como ocorreu nos protestos contra o golpe que está ocorrendo no país." (CS)

CRÍTICAS - João Bosco Vaz (PDT) criticou os discursos feitos pelos vereadores que o antecederam na tribuna. Observou que os vereadores costumam reclamar quando a imprensa critica a Câmara por se ocupar de temas que, segundo ela, não seriam de grande interesse público. "Mas só falam bobagens nesta tribuna e depois não querem que a imprensa critique. É preciso fazer um debate mais qualificado e que trate das questões que realmente interessam aos cidadãos. A cidade está cheia de problemas que precisam ser tratados. Todos os governos cometem erros e acertos." Citou o exemplo de Tarso Genro que, como ministro, assinou a Lei do Piso Salarial dos professores e, como governador do Estado, não cumpriu a lei que ele mesmo assinou. (CS)

UBER - Mauro Pinheiro (Rede) considerou importante o envio à Câmara do projeto que regulamenta o transporte individual de passageiros por aplicativos, a exemplo do que faz a empresa Uber. Ele apelou aos vereadores para que o projeto, entregue nesta semana pelo prefeito José Fortunati, possa tramitar com rapidez na Casa, a fim de ser votado em seguida. Reconheceu que é importante que a proposta seja debatida e esclarecida e disse concordar com a realização de uma audiência pública sobre o tema, como foi proposto pelo presidente da Casa, Cassio Trogildo (PTB). Salientou que a regulamentação desse tipo de plataforma resolverá a atual polêmica em torno do começo das atividades da Uber em Porto Alegre. "Já no ano passado, quando foi aprovado um projeto que proibia a atividade desse tipo de transporte, manifestei minha posição em favor da regulamentação." (CS)

Texto: Ananda Zambi (estagiária de Jornalismo)
           Paulo Egidio (estagiário de Jornalismo)
           Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)
Edição: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)