PLENÁRIO

Simers se manifesta contra o fechamento da Ginecologia do Hospital Conceição

Comparecimento especial do Dr. Marcelo Marsillac Matias, presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul, para falar sobre a transferência do Serviço de Ginecologia do Hospital Nossa Senhora da Conceição para o Hospital Fêmina.
Marcelo Marsillac Matias, presidente do Simers (Foto: Júlia Urias/CMPA - Uso público, resguardado o crédito obrigatório)

O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) compareceu à sessão ordinária desta segunda-feira (24/2) da Câmara Municipal de Porto Alegre para manifestar posição contrária ao fechamento do serviço de ginecologia do Hospital Nossa Senhora da Conceição e sua respectiva transferência para o Hospital Fêmina. O presidente do Simers, Marcelo Marsillac Matias, explicou a medida, que está prevista para entrar em vigor no dia 1º de março.

Conforme Matias, o setor foi fechado por conta de leitos ociosos no Hospital Fêmina, que, segundo a nova administração do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), seriam melhor aproveitados com esta transferência. “Concordo que nós poderíamos utilizar melhor esses leitos. Porém, discordo que a solução é o fechamento do serviço de ginecologia que funciona para mulheres há mais de 50 anos e garante que o hospital seja um hospital geral”, argumentou.

Para o presidente, a proposta compromete a identidade do Hospital Conceição, reconhecido pelo atendimento ginecológico, e o transforma em um hospital sem especialização. Com a transferência para o Fêmina, o atendimento direto será encerrado, e pacientes que buscarem o Conceição dependerão de um sistema de ambulancioterapia para o novo local, a 20 minutos de distância, argumentou Matias. Além disso, foi prometida a ampliação do bloco cirúrgico do Hospital Fêmina para absorver as cirurgias antes realizadas no Conceição. “A reforma que estaria sendo feita no Hospital Fêmina não está pronta. A sala que supostamente será aberta não é uma sala para cirurgias de alta complexidade. É uma pequena sala, para pequenos procedimentos dentro da emergência, que não tem a condição de fazer o atendimento que hoje é feito no Conceição”.

De acordo com o sindicato, a mudança comprometerá o atendimento a milhares de mulheres da zona Norte de Porto Alegre e da Região Metropolitana. Além disso, o próprio Hospital Fêmina enfrenta o risco de fechamento, ressaltou Matias: "Há um projeto de fechamento do Hospital Fêmina e seu deslocamento para uma obra que seria feita próxima do Hospital Conceição. A proposta implica que simplesmente a gente leve o Conceição para o Fêmina, para depois fechar o Fêmina e trazer de volta".

Texto

Renata Rosa (estagiária de Jornalismo)

Edição

João Flores da Cunha (reg. prof. 18241)