Tribuna Popular: a mulher na politica
A vereadora Psicóloga Tanise Sabino, a convite do Vereador Elias Fernandes (PSB) esteve na noite de hoje (27) na cidade de Alvorada, participando como oradora da Tribuna Popular no plenário da Câmara de Vereadores. O objetivo foi falar sobre o projeto de lei do Vereador Elias, que “institui a campanha permanente ‘a mulher na política’, dispondo sobre medidas de incentivo à participação da mulher na atividade política no município alvorada” que foi aprovado nesta mesma noite na plenária legislativa.
A vereadora Psicóloga Tanise Sabino em seu pronunciamento referiu que “este projeto é muito importante, uma vez que sabemos que o mundo politico ainda é muito masculino. Temos em torno de 10 à 15% de mulheres vereadoras, prefeitas, vice-prefeitas e deputadas. Se falamos de Senadoras, governadoras ou vice-governadoras, o número chega a 5% de mulheres. E uma pergunta que a gente sempre faz: como temos essa baixa representatividade feminina, se hoje somos 54% da população e 52,82% do eleitorado nacional? Isso se deve então, a um conjunto de fatores, como pessoais das próprias mulheres, políticos, socioeconômicos e culturais”.
A vereadora ressaltou ainda que há um abismo quanto a participação da mulher na política, referindo que “O mundo político é ainda muito masculino. Durante séculos a mulher esteve fora do poder político, sendo este monopolizado por homens. A mulher pertencia ao “mundo privado” (casa, filhos) e o homem ao “mundo público”. Desde que mundo é mundo, o homem sempre teve preservada a sua cidadania. O que é cidadania? É o perfeito gozo dos direitos civis e políticos de um Estado. Homem sempre pode trabalhar, votar, sair a hora que quer, vestir o que quer, etc. E A mulher sempre foi tolhido em seus direitos básicos (voto, estudo, trabalho)”.
A vereadora fez ainda, uma reflexão sobre a trajetória do voto feminino no Brasil, referindo que o direito ao voto da mulher foi somente em 1932. Entretanto, as mulheres poderiam votar desde que fossem casadas e com o aval do marido. As viúvas e solteiras, desde que com renda própria. As restrições ao pleno exercício do voto feminino só foram eliminadas no Código Eleitoral de 1934. No entanto, o código não tornava obrigatório o voto feminino. Apenas o masculino era obrigatório. O voto feminino, sem restrições, só passou a ser obrigatório em 1946. Ou seja, há 77 anos. Então, percebam! Faz pouco tempo que as mulheres ocupam este espaço no mundo politico”, ressaltou a vereadora.
E por fim a Vereadora refletiu sobre o próprio funcionamento das instituições partidárias que tem um caráter patriarcal. “Quantas presidentes de partido são mulheres? Por mais que a Executiva/Diretório, seja formada por 50% das mulheres em muitos partidos, é uma cúpula que decide (homens). Temos em torno de 33 partidos. Em Porto Alegre, que eu saiba, apenas três mulheres são presidentes de Partido a nível municipal. E na hora de definir os cargos comissionados (CCs) quem decide? As mulheres tem poucos ou quase nenhum cargo de 1º escalão ou Diretorias, ou seja, cargos de visibilidade”.
E a vereador finalizou referindo as consequências da sub-representação das mulheres na política. “As consequências da baixa representatividade feminina no parlamento são várias, mas principalmente, o enfraquecimento da democracia e das políticas públicas para as mulheres. A mulher na política traz um lado mais humanitário no dia-a-dia do trabalho. Que a gente possa incentivar cada vez mais as mulheres a estarem na politica, assim como o Vereador Elias está fazendo com este projeto de lei”, disse Tanise Sabino.