Vereadores apoiam reposição salarial na educação
A Câmara aprovou, na tarde desta segunda-feira (9/8), durante sessão ordinária, requerimento de apresentação de uma moção de apoio à reposição das perdas salariais dos trabalhadores e trabalhadoras da rede estadual de educação. A proposta, apresentada pelo vereador Jonas Reis (PT), foi assinada, também, por outros seis vereadores do PSOL, PT e PCdoB. A moção deve ser encaminhada à Assembleia Legislativa e ao Palácio Piratini, sede do governo do Estado. O autor justificou 13 razões pelas quais seria necessário o envio da mensagem. Entre elas, o empobrecimento dos professores em função da perda do poder de compra frente a inflação, já que seus salários estão congelados há sete anos e, neste período, eles perderam vantagens e adicionais, durante a mudança do plano de carreira e ainda tiveram aumento no percentual de desconto para a previdência. Como o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado de novembro de 2014 até março deste ano chegou a 44,18%, os professores e funcionários de escolas, inclusive os aposentados, perderam quase a metade de sua capacidade de compra. Na opinião dele, a falta de reajuste da inflação fere, desta forma, a previsão constitucional de irredutibilidade salarial que foi o que, na prática, aconteceu. Reis lembra, ainda, que os professores ficaram 60 meses recebendo seus salários atrasados ou parcelados, o que aumentou o endividamento das famílias; que, no mesmo período, a cesta básica aumentou 86% e que, como o preço dos alimentos tem um peso maior no orçamento dos que ganham menos, estes servidores, os mais mal remunerados do Estado, foram os que mais perderam. Sequer o valor do auxílio refeição tem sido reajustado nos últimos dois anos e, mesmo tendo recuperado as aulas depois da greve do ano passado, os professores tiveram seus salários cortados, como, entende, uma forma de represália, reclama. O vereador afirmou ainda que de acordo com o movimento sindical, a folha de pagamento da secretaria da Educação encolheu 21% desde 2015, que se o Estado aderir ao Regime de Recuperação Fiscal, a categoria vai ser condenada a mais nove anos sem qualquer reposição, que durante a pandemia os gastos dos trabalhadores cresceram, não apenas em função da compra de produtos pessoais mas também o pagamento da energia e da internet necessárias ao ensino remoto.