Plenário

Vereadores debatem importância da vacinação na Capital

  • 7ª Sessão Extraordinária da 1ª Sessão Legislativa Extraordinária destinada a votar projeto do executivo que trata de providências para a compra de vacinas contra o vírus COVID-19 para o Município de Porto Alegre
    Vereadora Daiana Santos (PCdoB) (Foto: Elson Sempé Pedroso)
  • 7ª Sessão Extraordinária da 1ª Sessão Legislativa Extraordinária destinada a votar projeto do executivo que trata de providências para a compra de vacinas contra o vírus COVID-19 para o Município de Porto Alegre
    Vereador Jessé Sangalli (Cidadania) (Foto: Elson Sempé Pedroso)

Durante a sessão ordinária desta quarta-feira (3/3), na Câmara Municipal de Porto Alegre, os vereadores e vereadoras fizeram os seguintes pronunciamentos durante o período de Lideranças - que discutiu o projeto do Executivo que pede autorização para a compra de novo lote de vacinas contra a covid-19:

VACINAS - Aldacir Oliboni (PT) falou sobre o projeto da autorização da compra de vacinas, recordando que já havia apresentado um projeto de lei nesse sentido e que retirou sua proposição após a iniciativa da prefeitura. O vereador lembrou da situação de muitas cidades onde “pessoas estão perdendo sua vida por não ter acesso a testagem, tratamento, medicação e monitoramento”. Para Oliboni, “alguns governos não valorizam a comunidade cientifica, pois não adotam medidas de distanciamento”. A posição do governador Eduardo Leite, segundo ele, “é louvável quando cumpre as restrições da bandeira preta, colocando a vida em primeiro lugar”. Frisou a importância do aumento do ritmo de vacinação em Porto Alegre, “universalizando o atendimento” para além da linha de frente e grupos de risco. (RF)

VACINAS II - Pedro Ruas (PSOL) aponta que há cerca de 330 mil pessoas na Capital entre os 50 e 80 anos de idade e que vaciná-los com o imunizante da Pfizer custaria “aproximadamente R$ 33 milhões”. Sobre a compra de vacinas, Ruas diz que “é uma obrigação nossa aprovar uma autorização”, assim como, segundo ele, também é dever da Casa exigir, da parte do Executivo, a compra das vacinas e fiscalizar o processo de imunização da população. “É nossa obrigação apoiar, essa é uma luta de todos nós”, completou. (RF)

NEGACIONISMO - Daiana Santos (PCdoB) afirma que “vivemos tempos muito difíceis, duros”, uma vez que “1726 vidas se somam ao absurdo de 257 mil mortos em um ano dessa pandemia”. Segundo Daiana, “o negacionismo aqui se reflete no caos, emergências lotadas, falta de leitos, contratação de contêiner para dar conta no suporte do manejo dos corpos, é desesperador”. Elogiou o lançamento de um Comitê Popular de Enfrentamento à Covid, “importante instrumento para restituir o mínimo de dignidade”. Daiana aponta que não há plano de vacinação para trabalhadores essenciais e “não tem indicativo de auxílio a pequenos e médios comerciantes”. Para ela, “a população está negligenciada” e há falta de orientação e informação pelo poder público, “que quer salvar a economia e não as vidas”. (RF)

PRIORIDADE - Jessé Sangalli (Cidadania) manifestou preocupação no tema das vacinas: “Todo político acaba tendo predileção de beneficiar a classe que o coloca no poder”. O vereador afirma que, ao priorizar “uma categoria que alçou o político ao poder, pode acontecer de não usar a lógica ou a ciência”. Apelou aos vereadores para pensarem nos idosos e portadores de comorbidades, pois são mais propensos ao óbito em caso de contágio. “Não podemos exigir que um professor de 30 anos ou um policial de 40 receba a vacina antes de um senhor de 80 anos. Não faz sentido priorizar uma categoria em detrimento do grupo de risco”, disse Jessé, pedindo que os colegas não façam “palanque eleitoral” com as vacinas. “Que a gente use a ciência e estatística para que os grupos de risco sejam vacinados primeiro.” (RF)

COMISSÃO - Mauro Zacher (PDT) ressaltou a importância do dia de hoje na Câmara Municipal de Porto Alegre. “O projeto do Executivo nos une com a possibilidade da compra de vacinas para agilizar o processo de salvar vidas e projetar a retomada da economia da cidade.” Frisou a urgência do assunto e propôs a criação de uma comissão para que os vereadores possam acompanhar o andamento de todo o processo. Saudou a agilidade dos colegas vereadores no enfrentamento e mostrou apoio e reconhecimento ao Executivo, que propôs essa matéria, talvez tardiamente, mas que poderá colocar a cidade em um patamar mais elevado. (LMN)

 

IRRESPONSABILIDADE - Roberto Robaina (PSOL) disse que é consenso a ideia de que esse dia é importante e de que a votação é uma vitória. “Temos que reconhecer que o município está atrasado. No caso da vacina, temos um esforço comum, com pouca divergência dentro da Câmara. Na discussão nacional, o presidente negou a importância da vacina, isso é um fato.” Lembrou a gravidade da falta de vacinas disponíveis e mencionou a irresponsabilidade do Governo Federal. “O que permite que a economia funcione e que as vidas sejam preservadas é ter vacina.” Finalizou reforçando a importância e a urgência do projeto e concordando com o vereador Mauro Zacher (PDT) na criação da comissão. (LMN)

 

PADRÃO - Alexandre Bobadra (PSL) disse que algumas pessoas tem a mania de "etiquetar, estereotipar e demonizar os sindicatos", mas “todas as profissões do mundo têm gente boa e ruim, no sindicato não seria diferente”. Falou também sobre a vacina e citou uma fala do secretário municipal da Saúde, Mauro Sparta, onde o mesmo diz que Porto Alegre seguirá o padrão do governo na priorização da vacina, que tem no topo pessoas com 60 anos ou mais. (LMN)

 

MEDIDAS - Matheus Gomes (PSOL) falou sobre o papel dos vereadores nesse momento de crise. “A negligência no combate à pandemia parte do Palácio do Planalto, com o presidente desrespeitando os critérios sanitários. Não temos nenhuma medida tomada para disseminar conscientização, e Bolsonaro demonstra que a propagação do vírus é projeto dele.” Demonstrou orgulho pelos estudos conduzidos pela Universidade Federal de Pelotas e disse que a Fiocruz já havia alertado sobre a tendência de agravamento nos meses de janeiro e fevereiro. “Na nova gestão houve a flexibilização de medidas que evitam a propagação do vírus.” Mencionou o auxílio emergencial, projetos de renda básica e microcrédito como alternativas a serem discutidas juntamente com a questão da vacina. (LMN)

 

UNIÃO - Jonas Reis (PT) destacou que o seu partido fez uma indicação de produção de vacina ao Executivo, sabendo da necessidade urgente que a cidade enfrenta quanto à ampliação da vacinação. “Nós precisamos acompanhar o que está ocorrendo nos outros estados. Se isso fosse feito, não estaríamos com essa situação.” Sobre o debate feito na sessão sobre a necessidade de salvar economia, Jonas falou que o principal é a priorização das vidas. “Agora é o momento das pessoas fazerem o que é certo, é o momento de união para garantir que a Capital comece urgentemente a imunizar. (PB)

 

IDEOLOGIA - Pedro Ruas (PSOL) lembrou que o presidente Jair Bolsonaro foi o único que ainda não tomou a vacina para dar o exemplo à população. “Isso é ideologia, então é importante que Porto Alegre repense suas ações. Ontem, na Capital, havia 153 pessoas na fila de espera por UTI. Essas pessoas não terão a chance pela vida”, enfatizou o vereador. Conforme Pedro Ruas, a vacina é absolutamente urgente. "Isolamento é o que salva a sociedade e, com um presidente da República que debocha do uso de máscaras, fica difícil conscientizar a população.” (PB)

 

REALIDADE - Comandante Nádia (DEM) ressaltou dizendo que as pessoas nas ruas querem a verdade sobre a vacina. “É importante dizer que a Capital recebeu do governo federal 150 mil vacinas e que cerca de 23 mil idosos já foram vacinados, ou seja, 89%”. Além disso, a vereadora informou que muitos profissionais da saúde já receberam a primeira dose. Nádia destacou que é preocupante que alguns vereadores não saibam da verdadeira realidade. “Foi aprovado ainda pelo governo federal o projeto que autoriza as empresas privadas a comprarem a vacina.” E lembrou que a vacinação não é obrigatória e destacou que o tratamento precoce e a prevenção devem ser feitos. (PB)

Texto

Rian Ferreira (estagiário de Jornalismo)
Lara Moeller Nunes (estagiária de Jornalismo)
Priscila Bittencourte (reg. prof. 14806)

Edição

Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)

Tópicos:vacinascovid-19vacinação