Vereadores prestigiam os 250 anos da Câmara Municipal
Durante a Sessão Especial em homenagem aos 250 anos da Câmara Municipal de Porto Alegre, realizada no plenário Otávio Rocha, na tarde desta quarta-feira (06/09), o decano da Casa, vereador Pedro Ruas (PSOL) junto da presidente da Procuradoria Especial da Mulher, vereadora Mônica Leal (PP), discursaram em nome dos 36 parlamentares.
Pedro Ruas (PSOL) relembrou a história da Câmara, destacando que em 1884 a instituição que governava Porto Alegre era a Casa Legislativa. “Não havia a figura do prefeito, do intendente, não havia. O que havia era a Câmara da Capital”, afirmou. Ele também recordou que em 1977 foram cassados pela ditadura militar os vereadores Glênio Peres e Marcos Klassmann.
Logo após a situação, ambos criaram a então chamada esquina democrática. “E ali, desenvolveram seu trabalho”. De acordo com Ruas, os dois ex-vereadores foram os únicos no Brasil a serem reintegrados à vereança, o que mostra o respeito à escolha e à vontade popular. Para o vereador, quando há respeito entre os parlamentares da Câmara, há respeito ao povo e, consequentemente, à democracia. “Quem coloca as pessoas aqui é o povo de Porto Alegre. E quem respeita as pessoas que estão aqui, respeita o povo", concluiu o parlamentar.
Mônica Leal (PP) afirmou ser um orgulho representar as mulheres da Casa, e parabenizou a Câmara pelos seus 250 anos. Como procuradora especial da mulher, ressaltou a importância da presença feminina representativa, afinal as mulheres são mais de 50% da população brasileira. “A nossa Câmara carrega o orgulho de ser a mais feminina do Brasil”, disse.
Segundo Mônica, esse protagonismo não é de hoje, e apesar das dificuldades, as mulheres são parte importante dos 250 anos, desde a primeira legislatura, em 1947, quando Porto Alegre teve a primeira mulher vereadora, Julieta Battistioli. Conforme a vereadora, a história tem mostrado que estamos caminhando para um futuro mais igualitário, em que mulheres e homens dividem o mesmo espaço e todos têm voz. “Tenho orgulho de estar ajudando a construir este futuro há quatro mandatos”, ressaltou.
Em 250 anos, houve apenas quatro mulheres presidentes na Casa. Para Mônica, a caminhada da mulher na política não é nada fácil, independentemente de partido, são muitos obstáculos e as violências sofridas. No atual momento de fragilidade no poder político, a vereadora ressaltou que estará empenhanda para fazer da Procuradoria da Mulher um espaço de construção coletiva de ideias, onde o foco seja sempre o melhor para as mulheres.