Segurança

Vereadores são recebidos no Palácio da Polícia

Presidente Idenir Cecchim e vereador e vereadoras da bancada negra da Câmara pediram investigação policial a respeito de ameaças

  • Presidente Idenir Cecchim, e vereadores Matheus Gomes, Laura Sito e Bruna Rodrigues participam de reunião com a Chefe de Polícia Nadine Anflor e Delegado Thiago Albeche sobre ameças contra a vida dos integrantes da Bancada Negra na Câmara Municipal.
    Delegada Nadine Anflor (e) recebeu os vereadores Idenir Cecchim (d) e Matheus Gomes e as vereadoras Bruna Rodrigues e Laura Sito (d) (Foto: Elson Sempé Pedroso/CMPA)
  • Presidente Idenir Cecchim, e vereadores Matheus Gomes, Laura Sito e Bruna Rodrigues participam de reunião com a Chefe de Polícia Nadine Anflor e Delegado Thiago Albeche sobre ameças contra a vida dos integrantes da Bancada Negra na Câmara Municipal.
    Acompanhados de Idenir Cecchim (d) Vereador Matheus Gomes (e) e vereadoras Laura Sito (e) e Bruna Rodrigues (d) deram seu depoimento (Foto: Elson Sempé Pedroso/CMPA)

O presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, vereador Idenir Cecchim (MDB), esteve nesta terça-feira pela manhã (1/2) no Palácio da Polícia, onde foi recebido pela chefe da Polícia Civil do Estado, delegada Nadine Anflor. Na pauta, o relato de ameaças constantes de violência, enviadas por mensagens aos vereadores da bancada negra do Legislativo, e a busca de medidas de segurança. Os vereadores destacaram que as ameaças resultam em medo, insegurança e até mudança das rotinas de parlamentares e assessores quando circulam pelas ruas para atenderem as demandas das comunidades.

Idenir Cecchim ressaltou que, “ao ameaçar um vereador, toda a Câmara se sente ameaçada. Viemos pedir auxílio da Polícia Civil para tentar identificar os bandidos que ameaçam os parlamentares, para que se tomem as providências devidas.” Em relação à segurança da Casa, o presidente lembrou que foram tomadas algumas medidas, como reforço na identificação nas entradas do prédio e do local para onde as pessoas se dirigem. “A Câmara tem regras para quem adentrar, para que tenhamos mais segurança com a identificação das pessoas.”   

A delegada Nadine Anflor disse que será investigado qualquer ato que venha ferir os direitos individuais e institucionais da Câmara Municipal e a democracia ou atentar contra qualquer vereador. “Estamos centralizando as investigações na delegacia que combate a intolerância, que trabalha paralelamente com as demais unidades, e faremos as investigações com maior zelo.” Também presente no encontro, o diretor do Departamento de Proteção aos Grupos Vulneráveis, delegado Thiago Albeche, entende que “o fato é grave, e estamos empenhados em investigar a situação no sentido de identificar os responsáveis através dos setores de inteligência da Polícia, que estão interligados na apuração e já estão sendo feitas diligências neste sentido”.

Vereadores

Segundo o vereador Matheus Gomes (PSOL), há dois meses a bancada negra sofre ameaças contínuas, por meio de mensagens com discurso de ódio reafirmando que estariam sendo preparados ataques aos vereadores e à Camara. “Os ataques vão além da bancada negra que está hoje no alvo, significa a tentativa de impedir que vozes diversas que acessaram a política continuem reafirmando seus projetos de trabalho. É fundamental investigar e punir estes criminosos que ameaçam também a democracia”, destaca Matheus. 

Laura Sito (PT) espera que “as instituições coíbam o aumento da violência e que identifiquem e punam os autores destes crimes, que cerceiam nossas atividades. Infelizmente, ao longo de 2021 tivemos diversas manifestações de atos de racismo e misoginia, com ataques às bancadas negras não só da Capital, mas em Caxias do Sul, São Borja e em outros estados”, relatou. 

Bruna Rodrigues (PCdoB) destacou que 2022 é um ano eleitoral e a bancada negra deverá cumprir importante função neste período. "A cada momento se acentuam as ameaças com hostilidades, e o medo de exercer o mandato se dá com mais intensidade. A presença da Câmara aqui é importante no sentido de encaminhar a busca de soluções para que tenhamos segurança e dignidade no nosso mandato”.

Documento

Durante o encontro, o vereador Matheus Gomes entregou o ‘Relatório sobre violência política’, em que registra a tentativa de criminalização pelo exercício dos direitos políticos, episódios de racismo, injúria racial e ameaças contra a integridade física e a própria vida durante o exercício do mandato. No documento consta que a situação relatada gerou comunicação de notícia-crime pelo Movimento Negro Unificado (MNU) à Delegacia de Combate à Intolerância, que instituiu inquérito policial por crime de racismo e está em tramitação. O relatório também especifica os demais registros na Polícia Civil.

Texto

Glei Soares (reg. prof. 8577)

Edição

Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)

Tópicos:ameaçasviolênciaPolícia Civilbancada negra