Vila Herdeiros reclama atenção

Vereadores da Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) da Câmara Municipal voltaram a se reunir, na manhã desta terça-feira (16/9), com moradores da Vila Herdeiros, bairro Agronomia. Na Escola Estadual Silvio Torres, os vereadores Aldacir Oliboni (PT), Claudio Sebenelo (PSDB) e Dr. Raul (PMDB) explicaram que a Cosmam pretendia avaliar se, após quase 30 dias de reunião realizada com os moradores em agosto, o Executivo havia tomado as providência necessárias em relação aos prejuízos causados pelas últimas enchentes no local. No dia 2 de maio, quando a Barragem Saint Hilaire chegou a subir cerca de cinco metros acima de seu nível normal em razão das fortes chuvas, 250 famílias da Vila Herdeiros tiveram de ser abrigadas na escola.

O presidente da Associação dos Moradores do Loteamento Santa Paula, Ênio Pinto da Motta, disse que o processo de reconstrução da ponte de madeira que atravessa a barragem continua parado na Secretaria Municipal de Obas e Viação (Smov). Motta também disse ser necessário saber a posição da Smov e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Smam) sobre a limpeza da barragem que, após as enchentes, ficou cheia de "marrequinhas" - espécie de algas que proliferam na superfície d´água após as fortes chuvas.

Os moradores ainda alertaram sobre as dificuldades impostas aos serviços de atendimentos em emergência conseguirem chegar aos doentes que ficam isolados pela falta de acesso pela ponte de madeira. Segundo eles, a comunidade se dispõe a fazer uma nova ponte, sendo necessária apenas a doação de material. Também reclamaram de maus serviços prestados pela Defesa Civil que, segundo eles, costuma chegar ao local muito tempo depois das ocorrências.

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A presidente da Ação Social Comunitária Vila Herdeiros, Clarisse Andrade da Silveira, ressaltou, no entanto, que os problemas no local "são antigos, ao contrário do que fazem parecer, e se arrastam há mais de 40 anos". Mostrando-se cética quanto a soluções a curto prazo, Clarrisse reclamou que estaria havendo "politicagem" e exploração eleitoral dos problemas da Vila por parte de candidatos às próximas eleições.

Rechaçando veementemente qualquer conotação eleitoral da visita dos vereadores da Cosmam à Vila Herdeiros, Oliboni e Sebenelo ressaltaram que se tratava de uma visita institucional da Comissão. "Estamos preocupados com possíveis novas enchentes, pois não houve limpeza da barragem, e a prefeitura não tomou as providências necessárias nos últimos 30 dias", disse Oliboni.

Sebenelo destacou que é função da Câmara Municipal fazer a intermediação entre a população e o Executivo e lembrou que, no dia seguinte às enchentes, esteve no local e entrou em contato com a Smov, que havia prometido refazer o pontilhão. "No entanto, nada foi feito." Dr. Raul (PMDB) disse que é importante "pressionar o governo municipal para acelerar o processo e fazer com que as providências sejam tomadas", mas disse entender a indignação dos moradores.

Luis Carlos Bichinho, do Departamento Municipal de Águas e Esgotos (Dmae), se comprometeu a enviar à Cosmam um relatório sobre as providências tomadas pelo órgão, bem como encaminhar a outras secretarias municipais os pedidos de providências encaminhados durante a reunião. Segundo ele, deve ser removido apenas o excesso de "marrequinhas" da barragem, pois elas ajudam no equilíbrio ambiental. Ele afirmou que o Dmae tomou providências e contratou empresas para execução de serviços de manutenção após a enchente no local.

Clóvis Roberto Breda, assessor comunitário da Smam, lembrou que houve dois grandes temporais na zonal leste - em maio e junho -, que obrigou a Smam a prestar atendimento a 250 ocorrências. Breda também ressaltou que a proliferação de "marrequinhas" na superfície da barragem eliminou os afogamentos que aconteciam anteriormente. Segundo ele, a área abaixo da barragem é de risco. "Nos 30 metros em cada lado do arroio não poderia haver casas", disse Breda, acrescentando que "não existem ações pontuais a serem feitas pela Smam para resolver esses dois problemas (reconstrução do pontilhão e diminuição das "marrequinhas").

Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)