Comunicações Temáticas

Álvaro Chaves: Crea apresenta parecer sobre problemas

Silveira (d) apresentou resumo de parecer técnico do Crea Foto: Elson Sempé Pedroso
Silveira (d) apresentou resumo de parecer técnico do Crea Foto: Elson Sempé Pedroso
Problemas na concepção, execução, fiscalização e gestão da obra do Conduto Forçado Álvaro Chaves concorreram para o acidente verificado nesta estrutura, no dia 20 de fevereiro, durante fortes chuvas que caíram sobre Porto Alegre. Estas são as conclusões de parecer técnico do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) sobre o ocorrido na rede, em trecho da rua General Bordini. O parecer foi apresentado aos vereadores da Câmara Municipal, nesta quinta-feira (25/4), durante período de Comunicações Temáticas da sessão ordinária.

André Luiz Lopes da Silveira, diretor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Ufrgs, que resumiu o parecer aos vereadores - “para apresentar todo levaríamos duas horas”, explicou – disse que, além da falta de uma gestão técnica permanente, a obra foi sofrendo diversas alterações durante sua execução, sem que fossem consideras questões hidráulicas fundamentais. “Isso fez com que a responsabilidade fosse diluída entre várias pessoas”, salientou. “O projeto foi evoluindo, tendo sido criada uma estrutura hidráulica complexa, e não foram feitos estudos para avaliar todas as possibilidades da estrutura que foi sendo ampliada.”

Escolhas

Silveira destacou que o parecer aponta a existência de locais na rede de escoamento que podem formar bolsas de ar, que não tem por onde escapar. Também é citado que, na chegada ao Guaíba foram aproveitadas antigas galerias. “Do ponto de vista hidráulico não se compreende esta escolha”, salientou. “Deveriam ser feitas novas, com chegada reta ao Guaíba”, afirmou. “Aproveitar galerias transversas não é adequado.” Ao se referir à causa do acidente verificado, as fortes chuvas do dia 20 de fevereiro, disse que elas foram realmente extremas: “mas o conduto foi dimensionado para uma chuva menor”.

Na apresentação do parecer, Silveira afirmou que a avaliação feita pelos técnicos nomeados pelo Crea não buscou culpados, “mas estabelecer a verdade de um ponto de vista técnico”. “Contudo, precisamos considerar que o DEP é um órgão nanico para as responsabilidades que tem”, disse. “Toda a rede sob sua administração não é brincadeira.” O diretor do IPH lembrou que, além de visita ao local onde houve o problema, o parecer foi formulado a partir de documentação sobre o Conduto Álvaro Chaves fornecida pelo DEP.

Transparência

Tarso Boelter, diretor-geral do DEP, lembrou as medidas tomadas pela prefeitura, tão logo foi verificado o problema no Álvaro Chaves, entre elas a solicitação de parecer técnico ao Crea. Conforme Boelter, também foi chamado o Consórcio PMR, responsável pela obra, para proceder no conserto da estrutura. “A obra ainda está na garantia”, afirmou. “Desde o início, minha principal tarefa é promover o conserto e inspecionar esta obra, além de dar total transparência para órgãos internos e externos de fiscalização e controle”, salientou ainda Boelter.

Também estiveram presentes no período de Comunicações Temáticas o engenheiro mecânico e de segurança do trabalho e vice-presidente do Crea, Paulo Deni Farias; o engenheiro Artur Lorentz, vice-presidente da Sociedade de Engenharia do RS;  e Denise Cantarutti, diretora-geral adjunta do DEP.

Texto: Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154) 
Edição: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)