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Associação Hospital Vila Nova quer contrato urgente com a prefeitura

Claudia apresentou as necessidades urgentes do Hospital da zona sul Foto: Bruno Todeschini
Claudia apresentou as necessidades urgentes do Hospital da zona sul Foto: Bruno Todeschini

A fim de quitar uma dívida de mais de R$ 1 milhão, assumida devido aos atendimentos médicos efetuados sem recursos públicos do Executivo Municipal, a direção da Associação Hospital Vila Nova (AHVN) de Porto Alegre recorreu à Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam), nesta terça-feira (6/10), para avançar na assinatura de contrato da instituição com a prefeitura. O objetivo do processo visa estabelecer metas de planejamento para equilibrar as finanças do hospital e qualificar o atendimento. Com a contratualização, a direção do Hospital receberia investimentos do Município para consultas e tratamentos médicos.

Conforme a diretora administrativa do AHVN, Claudia de Souza Abreu, o desequilíbrio financeiro provém também, além da falta de contrato com a Secretaria de Saúde (SMS), do convênio para tratamento e combate ao HIV/Aids, rompido em maio de 2008. “Continuamos atendendo os pacientes por nossa conta e com os recursos limitados do governo federal. Temos um prejuízo de 50% no tratamento de cada portador do vírus”, argumentou ao explicar que o custo diário de um soropositivo chega a R$ 107,00. “Deste valor, apenas R$ 50,00 são disponibilizados pelo SUS”, completou. Só de março a agosto deste ano, o Hospital atendeu mais de 800 ocorrências de HIV em Porto Alegre.
 
A Associação do Hospital Vila Nova foi fundada em 2002, assumida pelos próprios funcionários devido à falência decretada pela sociedade privada que administrava a instituição. Atualmente contam com 295 leitos, atendendo 98% da demanda através do Sistema Único de Saúde (SUS). Do total de leitos, 40 são destinados ao tratamento de HIV, 168 voltados para clínica médica e cirúrgica, 18 para apenados provindos da Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe), 17 para pacientes crônicos e 23 localizados na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).

Cerca de oito mil atendimentos são realizados mensalmente por um corpo funcional de 400 servidores. “É um hospital reconhecido por seu trabalho social, pois recebe e aceita pacientes rejeitados em qualquer outro centro hospitalar da cidade”, elogiou o vereador Dr. Thiago Duarte (PDT). O hospital é responsável pelo atendimento da população carente da zona sul, moradores de rua, usuários de drogas, portadores de HIV e presidiários e ex-presidiários.

Necessidades

Além da efetivação dos contratos, o presidente da AHVN, Dirceu Dal Molin, listou outras prioridades do Hospital para promover o equilíbrio das contas. Entre eles estão a isenção do IPTU, a ampliação da emergência, a terceirização dos serviços de imagem, o projeto para tratamento da tuberculose, o acréscimo de leitos para pacientes crônicos e para os apenados. “Nosso objetivo é continuar prestando uma assistência qualificada aos usuários do SUS, mas para isso precisamos da ajuda concreta do Executivo”, defendeu.

Conforme informação dos representantes, o custo total do Hospital, calculado por mês, é de R$ 900 mil e sua receita de apenas R$ 500 mil no mesmo período. “É urgente o aumento da nossa receita para que possamos ampliar os atendimentos e fazer investimentos na infraestrutura do Vila Nova”, registrou.
 
Contratualização
 
Ao reconhecer a importância do Hospital, a representante da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Brizabel Rocha, lembrou que as tratativas para a efetivação do contrato com a prefeitura deverão continuar nesta semana. Após um período de arquivamento do processo, registrado em dezembro de 2008, por motivos de desacordo entre a SMS e o AHVN, o processo foi reaberto há cerca de quinze dias.

“Nesta quinta-feira haverá reunião com a direção do hospital para encaminharmos o convênio e viabilizar um caminho para que a instituição continue com seu atendimento de primeira”, anunciou Rocha. O convênio para tratamento do HIV/Aids também deverá entrar na pauta de negociação do contrato.

De acordo com o presidente da Cosmam, vereador Carlos Todeschini (PT), após as negociações uma nova audiência da Comissão deverá ser definida para atualizar a Câmara Municipal sobre os avanços no contrato. Ainda acompanharam os debates os vereadores Aldacir Oliboni (PT), Beto Moesch (PP) e Dr. Raul (PMDB).

Ester Scotti (reg. prof. 13387)

Ouça:
Hospital Vila Nova cobra repasse de mais de R$ 1 milhão