Prefeitura adia resposta para problemas no Vila Nova

Mais de um mês após registrarem as dificuldades financeiras do Hospital Vila Nova e pedirem socorro à prefeitura, a diretoria da instituição continuou nesta terça-feira (10/11), sem respostas concretas para solucionar seus problemas. Na segunda reunião da Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) da Câmara Municipal para tratar do assunto, os vereadores ouviram da diretora administrativa Claudia de Souza Abreu que já são mais de 19 meses trabalhando para o Município sem contrato. "Gastamos mais de R$ 1 milhão prestando serviços para a prefeitura", afirmou.

Segundo ela, o Hospital Vila Nova não deixa de atender pacientes mesmo tendo apenas 295 leitos disponíveis para internação. 98% dos atendimentos do Hospital são realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O Vila Nova assim como o Parque Belém servem como hospitais de apoio para os atendimentos reprimidos e transferidos principalmente pelo Hospital de Pronto-Socorro e pelo Hospital Conceição. "O Vila Nova é o único de Porto Alegre que não rejeita pacientes de nenhuma espécie", frisou o vereador Dr. Thiago Duarte (PDT) ao reiterar que é inadmissível que o poder público deixe uma instituição de qualidade quase à beira de fechar suas portas. "O repasse financeiro do convênio para tratar dos soropositivos também não tem sido feito há meses", criticou.

Só de março a agosto deste ano, o Hospital atendeu mais de 800 ocorrências de HIV em Porto Alegre sem respaldo da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Outro drama enfrentado pelos gestores do Hospital diz respeito às dívidas com os fornecedores de alimentos e medicamentos. "Estamos há 60 dias sem poder pagar o que devemos. O final do ano está chegando e daqui a pouco não conseguiremos nem quitar os salários dos funcionários", desabafou Abreu. A Associação do Hospital Vila Nova foi fundada em 2002, assumida pelos próprios funcionários devido à falência decretada pela sociedade privada que administrava a instituição.

Reunião

Representando a SMS, Brizabel Rocha, argumentou que os termos de consenso para firmar contrato com o Hospital Vila Nova ainda não foram totalmente contemplados. No entanto, garantiu que na próxima segunda-feira (16/11), a Procuradoria Geral do Município, a diretoria da SMS e do Vila Nova deverão encontrar-se para oficializar de vez os termos e condições do contrato. "É de interesse da prefeitura e da sociedade ver a instituição funcionando. Jamais gostaríamos de ver um hospital de referência abandonando os seus serviços, mas infelizmente os processos na área pública são mais demorados", justificou.

Acertada para às 10 horas, a reunião também contará com a presença da Cosmam, a pedido do presidente Carlos Todeschini (PT). "Queremos pressionar de perto a solução para uma demanda fundamental para a qualidade de vida e bem estar da população. A prefeitura precisa assumir sua função e garantir boa saúde para todos", registrou. Os vereadores Aldacir Oliboni (PT) e Dr. Raul (PMDB) estiveram presentes durante a negociação.

Ester Scotti (reg. prof. 13387)

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Prefeitura define segunda contrato com Hospital Vila Nova