Pauta

Audiência pública discutirá exumação de Jango

Cartaz do filme Jango, de Sílvio Tendler Foto: Divulgação
Cartaz do filme Jango, de Sílvio Tendler Foto: Divulgação
A Câmara Municipal de Porto Alegre realizará nesta segunda-feira (4/11), às 19 horas, no Plenário Otávio Rocha, audiência pública para discutir o processo de exumação do corpo do ex-presidente João Goulart, o Jango. A audiência terá a presença da ministra chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário Nunes, do neto de Jango, Christopher Goulart, que é vereador suplente pela bancada do PDT na Câmara de Porto Alegre, e do ex-ministro Waldir Pires.

Gaúcho de São Borja, João Goulart foi presidente do Brasil entre 1961 e 1964, quando foi deposto com a chegada do regime militar. Na Argentina, onde ficou exilado até a sua morte, ele vivia em Mercedes, província de Corrientes, que é vizinha ao Rio Grande do Sul. Em maio deste ano, a Comissão Nacional da Verdade (CNV) acatou o pedido da família Goulart para realizar a exumação e reabrir a apuração do caso.

A exumação dos restos mortais de Jango está marcada para o dia 13 de novembro, em São Borja, onde ele foi sepultado, e terá a participação de um perito cubano que trabalhou na exumação do revolucionário Ernesto Che Guevara, por indicação dos familiares do ex-presidente. Os peritos chegam ao Rio Grande do Sul no dia 11 de novembro, e os restos mortais de Jango serão encaminhados do Rio Grande do Sul para Brasília, com honras de Estado, no dia 14, para que sejam feitos os trabalhos de análise técnica. O retorno do corpo a São Borja está previsto para ocorrer até o dia 6 de dezembro, data que marca a morte de Jango no exílio, na Argentina, em 1976.

A coordenação da exumação é feita pela Instituto Nacional de Criminalística, da Polícia Federal. Na ocasião do falecimento de Jango, não foi realizada uma autópsia. O atestado de óbito cita somente o termo enfermedad (doença), como motivo da morte. Com a exumação, o governo brasileiro quer esclarecer se o ex-presidente morreu de causas naturais, ou seja, por problemas no coração - que tem sido a versão considerada oficial até hoje -, ou se foi vítima de envenenamento.

Texto e edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)