Câmara apoia a Semana de Conscientização da Síndrome de Down

Durante o período de Comunicações da sessão ordinária desta segunda-feira (26/3), os vereadores e vereadoras da Câmara Municipal receberam representantes da Associação dos Familiares e Amigos do Down Porto Alegre (Afad), para marcar a Semana da Conscientização sobre a Síndrome de Down, promovida de 21 a 28 de março. A proposta de homenagem foi feita pelo vereador Paulo Brum (PTB), que destacou a importância do combate ao preconceito com pessoas que nasceram com a síndrome. 

Para falar da primeira semana municipal sobre a síndrome, Paulo Brum discutiu alguns pontos da Lei 12.344, de 4 dezembro de 2017, que instituiu o Programa Municipal de Orientação sobre Síndrome de Down. De acordo com ele, os objetivos do programa estabelecidos no projeto contam com a parceira da sociedade, e vão desde ações voltadas à compreensão, ao apoio e à educação, bem como ações voltadas à qualidade de vida. O preconceito e a discriminação foram as questões mais frisadas pelo vereador, que aproveitou para relatar o caso da professora Débora Araújo Seabra de Moura, primeira professora com Síndrome de Down do Brasil, que foi vítima de discriminação em uma postagem nas redes sociais, feita por uma desembargadora do Estado do Rio de Janeiro. “Vejam a estagnação. Nós fomos às ruas e ajudamos a escrever nossa Constituição. E uma das principais lutas foi banir o preconceito e a discriminação para com as pessoas com deficiência”, lamentou. Brum disse que Débora serve de exemplo em ações educativas no país. O vereador ainda informou que protocolou uma moção de apoio à professora, assim como uma moção de repúdio à referida magistrada. 

"São 2 mil famílias em Porto Alegre que lutam pelo espaço na escola e no mercado de trabalho", disse o presidente da Afad, Vicente Fiorentini. Ele relatou que a entidade foi criada há 25 anos, com o intuito de lutar pela inclusão na sociedade. "Só se combate o preconceito através da conscientização por meio de escolas e junto às famílias", frisou. Fiorentini também defendeu a necessidade da lei municipal voltada para atender a questão, pois, de acordo com ele, desta forma é possível avançar em políticas públicas para redução da discriminação e fazer a integração social que se pretende. 

Na mesma perspectiva, Fernando Moreira Barbosa, 3º vice-presidente da Afad, contou que nasceu com a síndrome e sempre contou com o apoio da família. Ao reafirmar a importância de projetos que apoiem a luta de pessoas com deficiência, a representatividade na política também foi um ponto defendido por ele. "Deveria ser normal a minha participação na política. Somos cidadãos e temos direitos e deveres como todos os brasileiros". Para Barbosa, através da política se pode construir um país melhor e socialmente mais inclusivo. Ele ainda disse que pretende iniciar sua carreira política para ajudar o povo gaúcho, e principalmente estimular pessoas com Síndrome de Down a fazer o mesmo, para ganhar mais potencialidade e reconhecimento. "Assim podemos ter uma sociedade mais tolerante, justa e com direitos iguais", defendeu.

Na oportunidade, o escritor Vinícius Streda, que também nasceu com a Síndrome de Down, deixou sua mensagem no plenário. "O processo de inclusão começa na família e na escola. Somos normais e podemos fazer as mesmas coisas que todos fazem", finalizou, ao pedir que todos os parlamentares apoiem projetos voltados as pessoas com deficiência. 

O vereador Airto Ferronato (PSB), durante seu tempo no período Comunicação de Lideranças, agradeceu o trabalho realizado pela Afad e a presença dos convidados na Câmara Municipal de Porto Alegre: “Esta não é uma causa só das pessoas com Síndrome de Down, é uma causa de todos nós. São pessoas preparadas e competentes. Às vezes, a sociedade brasileira não está preparada para entender isto. A presença de vocês, aqui, nesta tarde, é muito importante.”

Texto de: Munique Freitas (estagiária de Jornalismo)
Edição: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)