Plenário

Câmara destaca 27 anos da Casa Viva Maria

A casa de apoio já atendeu mais de 2, 4 mil mulheres vítimas de violência doméstica na Capital

  • Período de Comunicações Temático para falar sobre a Casa de Apoio Viva Maria.
    Saionara Rocha lembrou história desde a criação da Viva Maria (Foto: Jeannifer Machado/CMPA)
  • Período de Comunicações Temático para falar sobre a Casa de Apoio Viva Maria.
    Homenagem da Câmara destacou importância do enfrentamento à violência doméstica (Foto: Jeannifer Machado/CMPA)

Saionara Santos Rocha, representante da Casa Viva Maria, destacou no espaço de comunicações temáticas da sessão ordinária desta quinta-feira (3/10), na Câmara Municipal de Porto Alegre, a data comemorativa aos 27 anos da entidade que nasceu antes de todas as políticas de proteção à mulher. É a segunda casa criada no Brasil, tem como caráter público para abrigagem das mulheres vítimas de violência doméstica e familiar da Capital. “É referência no bem-estar em saúde, pela excelência na gestão e nas ações em saúde focadas nos cidadãos, sendo reconhecida internacionalmente.” Já foram atendidas cerca de 2, 4 mil mulheres juntamente com seus filhos sendo em torno de 7 mil famílias.

Conforme  Saionara, não havia um espaço de proteção antes da criação da Casa de apoio. "Foi muito difícil trazer um espaço como este, com todas as questões de preconceito. Quando a gente comemora esses anos, temos a tristeza de saber que existe a possibilidade de transferência da casa de Apoio Viva Maria da Secretaria Municipal de saúde para a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Esporte do município."

Segundo ela, existe o medo de que a Casa perca o caráter de abrigo e fuja do propósito do atendimento da violência doméstica, que é uma questão de saúde pública. "Temos uma estrutura com profissionais e buscamos uma reposição de novos servidores. Estamos mobilizados juntamente com o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Porto Alegre (Comdim) e estamos lutando para que não vire uma casa de abrigo somente." Atualmente, a Casa apresenta um caráter de sigilo, sem endereço identificado para proteção das mulheres que lá são abrigadas.

Machismo

A vereadora Karen Santos (PSOL) destacou a importância de utilizar o espaço da tribuna para dar visibilidade a esse tema. “No Rio Grande do Sul vivemos em uma sociedade machista e patriarcal, e o feminicidio está aí. O que vemos é uma violência institucional, por isso é necessário que haja um grupo de trabalho criado para debater minimamente essas questões”, disse exaltando que há 27 anos a Viva Maria é uma referência de luta e história. “Agradeço a vocês por tocarmos juntas a luta das mulheres para além do dia 8 de março e a campanha pela permanência da Casa Vila Maria. Nosso papel é denunciar, as mulheres lutam por políticas públicas para si, e vamos continuar nessa construção coletiva”, concluiu. (LV)

Já o vereador Professor Alex Fraga (PSOL) afirmou que é bom pontuar práticas políticas e administrativas que ocorrem na Capital. “A pasta de Desenvolvimento Social e Esporte encontra dificuldades e tem problemas na prestação de serviços, por falta de recursos. O trabalhador que vem ao centro da cidade, que ganha um salário mínimo, buscava espaços para com R$ 1 ter uma refeição digna. Hoje já não encontra mais”, disse. Afirmou que é necessário construir entendimentos, pois existem estratégias e alternativas. “Não podemos permitir que instituições como a Casa Viva Maria acabem”, concluiu. (LV)

Texto

Priscila Bittencourte (reg. prof. 14806)
Lisie Bastos Venegas (reg. prof. 13.688)

Edição

Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)

Tópicos:Casa Viva Maria