Câmara destaca o Dia Mundial do Refugiado
A Câmara Municipal de Porto Alegre prestou hoje (20/6) homenagem ao Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur). "A Acnur tem feito um trabalho monumental no mundo", disse o vereador Carlos Todeschini (PT), autor da proposta de homenagem ao órgão. O 20 de junho é também o Dia Mundial do Refugiado e, neste ano, marca os 60 anos da convenção da ONU que estabeleceu o Estatuto do Refugiado. Conforme a Acnur, o mundo possui hoje 43 milhões de refugiados.
O oficial de proteção do Acnur, Gabriel Godoy, agradeceu ao Brasil e a Porto Alegre em especial pela solidariedade que tem tido em relação aos refugiados. Conforme ele, há 4.401 refugiados no país, de todos os continentes. "O Rio Grande do Sul tem sido o refúgio de colombianos, afegãos e iraquianos", observou Godoy. O oficial do Acnur elogiou em especial a Associação Antônio Vieira, sediada no Estado, que auxilia na inclusão social dos cerca de 200 refugiados acolhidos no RS.
Godoy informou que o Acnur está lançando também novo relatório com as tendências globais sobre refugiados. O levantamento, segundo ele, aponta que atualmente 80% dos refugiados encontram abrigo nos países pobres. "Outra tendência verificada é que nunca foi tão difícil como agora o retorno dos refugiados a seus países de origem. Isso mostra que é preciso trabalhar de forma mais rápida para resolver conflitos duradouros que impedem o retorno das pessoas à terra natal."
Para Todeschini, a homenagem da Câmara, além de ressaltar a ação do Acnur por seu trabalho, objetiva chamar a atenção da sociedade para um problema crescente no mundo atual. "É preciso despertar a atenção da sociedade e do poder público sobre a necessidade de implementação de políticas para acolher refugiados. Todeschini ainda apontou como desafio a integração local dos refugiados ao meio urbano, para que o reassentamento destas pessoas seja uma opção duradoura, se assim elas desejarem."
Fernanda Melchionna (PSOL) lembrou que o mundo vive hoje uma nova onda de refugiados por conta das revoluções populares pela democracia nos países árabes. "Muitas pessoas, por conta da repressão de governos como Líbia e Síria, estão sendo obrigadas a deixar seus países." Os refugiados do clima também são um problema grave, destacou Fernanda. "Já são quase 20 milhões de pessoas que tiveram de deixar seus países por falta de água potável ou por inundações causadas pelo mar."
Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)
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