Obituário

Câmara lamenta a morte do arquiteto Cláudio Luiz Araújo

O autor do projeto da atual sede do Legislativo de Porto Alegre faleceu no último domingo

  • O arquiteto foi professor universitário e presidiu o IAB-RS (Foto: IAB-RS)
    O arquiteto foi professor universitário e presidiu o IAB-RS (Foto: IAB-RS)
  • Fachada do Palácio Aloísio Filho, sede da Câmara Municipal
    A sede da Câmara Municipal, na Avenida Loureiro da Silva (Foto: Foto de Ederson Nunes/CMPA)

Os vereadores de Porto Alegre fizeram, durante a sessão plenária desta quinta-feira (1/9), por sugestão de Reginaldo Pujol (DEM), um minuto de silêncio pela morte do arquiteto e urbanista Cláudio Luiz Araújo, autor do projeto do Palácio Aloísio Filho, atual sede do Legislativo Municipal. Ele faleceu no último domingo (28/8), na capital gaúcha, aos 85 anos.

Presidindo a sessão, o vereador Guilherme Socias Villela (PP) leu um texto em que ressaltou a história e a importância do arquiteto. Araújo nasceu em 2 de junho de 1931 em Pelotas (RS). Formou-se em Arquitetura pela Ufrgs e foi professor desta universidade de 1959 a 1968. Também lecionou na Faculdade de Arquitetura da Uniriter, entre 1990 e 2009. Em 1966 e 1967, presidiu o Instituto dos Arquitetos do Brasil no Rio Grande do Sul (IAB-RS). 

Araújo é considerado um dos expoentes da moderna arquitetura no Estado e no Brasil. Entre seus projetos, alguns em parceria com outros colegas, estão a Refinaria Alberto Pasqualini (Canoas), o Terminal Almirante Soares Dutra (Tedut, em Osório) e a Ceasa, em Porto Alegre. O arquiteto ainda foi autor de diversos prédios de apartamentos, como o Edifício Pioneiro (Porto Alegre), e fez trabalhos de design de interiores e de desenho de mobiliário, “sempre buscando soluções originais e criativas, com uma notável preocupação com o design moderno”, como afirmou Villela.

O Palácio Aloísio Filho 

Com projeto datado do início da década de 1970, o Palácio Aloísio Filho (inaugurado em 1986) exibe linhas contemporâneas com características do Modernismo, como atestam hoje seu grande vão central com pé direito triplo, as janelas de cima abaixo, as placas sobre a fachada para reduzir a insolação direta (brises), as formas geométricas e a ausência de elementos meramente ornamentais, além da rampa monumental na entrada principal. O intuito de Cláudio Araújo foi criar uma sede funcional, que atendesse às necessidades do Legislativo e possibilitasse uma maior relação com o público. Em 2014, Araújo coordenou, juntamente com o IAB-RS e a direção da Câmara, um concurso nacional para a escolha do projeto do prédio anexo do Legislativo da Capital, ainda não construído. 

 Texto: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)
Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)