Saúde

Câmara lança a Frente Parlamentar Antidrogas

Instalação da Frente Parlamentar Anti-Droga, proposta pelo Ver. Dr. Thiago
Dr. Thiago (DEM) preside a Frente lançada hoje de manhã (Foto: Elson Sempé Pedroso/CMPA)

A Câmara Municipal de Porto Alegre promoveu, nesta quarta-feira (9/5) pela manhã, a instalação da Frente Parlamentar Antidrogas (Frenpad). De acordo com o presidente da Frente, vereador Dr. Thiago (DEM), os integrantes terão a tarefa de analisar as leis existentes que regulam as políticas públicas de enfrentamento à drogadição, propondo alterações que forem necessárias, bem como poderão elaborar propostas de novas legislações para esta área da saúde pública. "A Frente será um fórum que deverá integrar diversos segmentos que tem atuação na prevenção à drogadição e no atendimento aos dependentes químicos." Thiago Duarte destacou ainda a estreita relação entre drogadição e violência, especialmente a violência sexual contra as mulheres.

A presidente do Conselho Municipal de Drogas (Comad) de Porto Alegre, Letícia Rodrigues, explicou que a ideia de formação de uma frente surgiu no ano passado, como forma de debater e enfrentar os problemas relacionados à drogadição na Capital. Segundo ela, o Conselho é normativo e tem o objetivo de auxiliar o Executivo municipal nas políticas públicas sobre prevenção às drogas, tendo como diretrizes a prevenção, o tratamento e a inserção social das pessoas dependentes químicas. "A rede de atendimento, infelizmente, está muito aquém, e oferece quase nada em prevenção e inserção." Letícia observou que cerca de 4 mil pessoas vivem, atualmente, nas ruas da Capital e quase a totalidade delas é dependente de drogas, além de muitas também terem doenças mentais.

A assistente social Regiane da Silva Branco, integrante do Programa de Auxílio Comunitário ao Toxicômano (Pacto POA) e do Comad, destacou que os dependentes químicos que procuram atendimento estão muito fragilizados, pois a doença tem reflexos em todas as áreas da vida da pessoa. Para ela, o atendimento a essa população deve focar na reinserção social que permita que elas tenham um novo projeto de vida, com trabalho e moradia. "São indivíduos que passam por grande sofrimento. É preciso melhorar os índices de abstinência, pois é muito difícil parar de usar drogas."

O coordenador de Saúde Mental da Secretaria de Saúde do RS, psiquiatra Luiz Carlos Coronel, afirmou que é preciso restabelecer os direitos das pessoas dependentes químicas, propiciando uma vida digna a esta população. "A pessoa que está doente precisa de atendimento, promessas não resolvem." Ele observou que os doentes mentais que não são submetidos a tratamento médico têm chance dez vezes maior de cometer atos de violência em relação àquelas que estão em tratamento, podendo também se envolver em crimes. "Nestes casos, há risco de vida e de agravamento do problema."

Para a psiquiatra Roberta Rossi Grudtner, representante do Sindicato Médico do RS (Simers), é preciso combater os altos índices de violência e tentativas de suicídio entre pessoas dependentes químicas, atuando de forma mais eficaz na prevenção com as crianças e adolescentes. "É necessário evitar que elas tenham acesso a drogas e se tornem dependentes químicas."

Texto: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)
Edição: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)