Câmara reconhece trabalho dos imigrantes italianos

A Câmara Municipal realizou, na terça-feira (23/6) à noite, Sessão Solene para assinalar o Dia do Imigrante Italiano em Porto Alegre, comemorado em 1º de julho. A cerimônia, proposta pelo vereador Ervino Besson (PDT), ocorreu na Sociedade Italiana do Rio Grande do Sul.

Descendente de italianos, Besson lembrou que a ideia de homenagear os imigrantes, gravando uma data no calendário oficial de eventos de Porto Alegre, surgiu como reconhecimento do povo gaúcho ao trabalho daqueles que vieram da Itália, enfrentaram inúmeras dificuldades e ajudaram a construir o Estado. "Os imigrantes, como meus avós, têm uma história de sofrimento no RS mas também de amor por esta terra." Explicou que o 1º de julho foi escolhido porque foi nesta data, em 1877, que surgiu a primeira entidade de imigrantes italianos na Capital.

Besson destacou a presença dos italianos especialmente na Zona Sul da cidade, onde se instalaram logo que chegaram da Europa. Segundo ele, foi na Vila Nova que os imigrantes começaram o cultivo da uva, cultivo que depois foi levado para a Serra, onde se tornou referência nacional. "Os imigrantes foram acolhidos por este país e o amam tanto quanto os brasileiros natos." Besson ainda lembrou de Francisco Rosito e Adair Martinelli, dois integrantes da comunidade italiana de Porto Alegre que morreram recentemente. "Partiram cedo mas deixaram uma bela caminhada."

Três representantes da comunidade italiana no RS falaram na cerimônia: Giuseppe Ferraro, presidente da Sociedade Italiana; Francisco Morelli, vice da entidade; e o arquiteto Fernando Biffignandi. Ferraro disse que o 1º de julho deve ser sempre lembrado porque representa a forma acolhedora com que o RS recebeu os imigrantes e também a gratidão do povo gaúcho ao trabalho deles. "Temos que valorizar aqueles que pegaram numa enxada e desbravaram este Estado."

Morelli lembrou dos que morreram afogados ou por doenças na travessia entre Europa e Brasil, das dificuldades de abrir matas fechadas, cheias de perigos, portando apenas paus e facões. "Mesmo assim, subiram a Serra e lá na região de Caxias formaram o que hoje é um dos polos industriais mais importantes do país", ressaltou Morelli. Biffignandi fez um breve relato da história da imigração italiana no país. "A homenagem do dia 1º de julho expressa o valor de um povo que superou dificuldades para ajudar no desenvolvimento do Brasil", afirmou.

A homenagem foi presidida pelo vereador João Carlos Nedel (PP) e prestigiada pelo presidente da Casa, Sebastião Melo (PMDB), e pelos vereadores João Pancinha (PMDB) e Nelcir Tessaro (PTB).

Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)