Plenário

Câmara suspende sessão devido à morte de Eduardo Campos

Vereadores fizeram minuto de silêncio Foto: Leonardo Contursi
Vereadores fizeram minuto de silêncio Foto: Leonardo Contursi (Foto: Leonardo Contursi)
O presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, vereador Professor Garcia (PMDB), suspendeu a sessão ordinária da tarde desta quarta-feira (13/8), no Plenário Otávio Rocha, em decorrência do falecimento do candidato à Presidência da República pelo PSB e ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Os vereadores fizeram um minuto de silêncio em homenagem póstuma e oração ao presidenciável e transferiram para segunda-feira (18/8) as votações anteriormente previstas para hoje.

"A Câmara Municipal, através de um consenso entre todas as bancadas, decidiu, no dia de hoje, não haver sessão, baseando-se no Regimento. Fizemos este minuto de silêncio a este jovem governador de Pernambuco, que já foi deputado estadual e federal e que tinha um sonho na perspectiva de mudança de país. Não realizou este sonho, mas deixou um grande legado. Nós lamentamos muito. É uma grande coincidência ele ter falecido no mesmo dia de seu avô, o grande líder nacional Miguel Arraes”, declarou Garcia, enfatizando que o sentimento de todos vereadores é extensivo a toda família de Eduardo Campos.

A tragédia

Eduardo Campos estava em um jato particular que caiu no Bairro Boqueirão, em Santos (SP), e atingiu casas da região por volta das 10 horas desta quarta-feira. Estavam a bordo da aeronave, além de Campos, pelo menos quatro assessores da campanha dele. Faleceram todos os integrantes do voo e os dois pilotos. O candidato era neto do ex-governador Miguel Arraes, seu idealizador e mentor político, que faleceu também em 13 de agosto, em 2005.

Natural de Recife, Eduardo Henrique Accioly Campos era filho da deputada Ana Arraes e do escritor Maximiano Campos. Formou-se em Economia pela Universidade Federal de Pernambuco, onde começou a atuar na militância política, como presidente do Diretório Acadêmico em 1985. No ano seguinte, participou da campanha de reeleição de Arraes ao governo de Pernambuco, tornando-se seu chefe de gabinete. Em 1990, filiou-se ao Partido Socialista Brasileiro (PSB), pelo qual foi eleito deputado estadual.

Campos chegou ao Congresso Nacional em 1994, eleito com 133 mil votos. No ano seguinte, foi secretário do governo e, em 1996, secretário da Fazenda. Foi reeleito em 1998 para a Câmara Federal, como deputado mais votado de Pernambuco, com 173.657 votos. Seu terceiro mandato como deputado federal veio em 2002, quando se tornou um dos principais articuladores do governo Lula.

Tornou-se ministro da Ciência e Tecnologia e, em 2005, assumiu a presidência nacional de seu partido. No início de 2006, licenciou-se do cargo para concorrer ao governo estadual pela Frente Popular de Pernambuco, sendo eleito. Foi reeleito com 82,84% dos votos nas eleições de 2010.
Ele era casado com a economista e auditora do Tribunal de Contas Renata Campos, com quem tinha cinco filhos.

Texto: Mariana Kruse (reg. prof. 12.088)
Edição: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)