Audiência

Câmara tenta evitar despejo de mais de 80 famílias

Moradores pediram interferência da Câmara para evitar despejo Foto: Kaiser Konrad
Moradores pediram interferência da Câmara para evitar despejo Foto: Kaiser Konrad

A presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, vereadora Maria Celeste (PT) coordenou, nesta quinta-feira (18/01), uma reunião extraordinária com uma comissão de moradores do Bairro Mário Quintana para debater uma política habitacional para evitar o despejo de mais de 80 famílias que ocupam a área da Cooperativa Habitacional Metropolitana de Porto Alegre (Cohampa). O presidente da Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos (Cedecondh), vereador Carlos Comassetto (PT), sugeriu que as partes criem uma comissão de trabalho com objetivo de construir uma solução, a partir dos problemas levantados. Ficou agendada nova reunião para a próxima quinta-feira (25/01), na sede do Demhab, a partir das 15h. Comassetto lembrou que o loteamento para 787 cooperativados e, no entanto, apenas 530 moradores ocupam a área atualmente.

Representantes da comissão de moradores explicaram que o grupo se divide: os cooperativados que estão com os pagamentos em dia, os inadimplentes e pessoas que não são cooperativadas. Segundo Fermínio da Silva, um dos ocupantes, existem famílias que ganharam o direito de moradia na área da Protásio Alves através de demanda do Orçamento Participativo em 2002. "Mas, até hoje, o Demhab não resolveu essa situação." Outros moradores também afirmaram que não tiveram oportunidade de entrar em acordo porque os moradores não têm condições de pagar a mensalidade do lote. "Não queremos tumultuar, mas sim conversar."

O presidente da Cohampa, Alceu Rosa, disse que as portas sempre estiveram abertas para discutir com os ocupantes uma solução, mas advertiu que o andamento das obras está sendo dificultado pelos próprios moradores. Segundo ele, a cooperativa deve R$ 5 milhões ao Município, referente a um empréstimo contraído para viabilizar a infra-estrutura do loteamento. O valor dos lotes, explicou, é pago com cotas sociais colocados no mercado. "Caberá a nós (cooperativa) e à comissão de moradores nos organizarmos para, junto ao Executivo, buscarmos uma solução." Representantes do Demhab e da Caixa Econômica Federal (CEF) afirmaram que estão dispostos a buscar um entendimento com as partes envolvidas.

Alessandra Obem (reg. prof. 6784)