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Cece apoia tombamento do Colégio Americano

Comissão debateu assunto nesta terça Foto: Desirée Ferreira
Comissão debateu assunto nesta terça Foto: Desirée Ferreira (Foto: Desire Ferreira/CMPA)
A Comissão de Educação, Cultura e Esportes da Câmara Municipal de Porto Alegre (Cece) fará uma manifestação formal em defesa do tombamento da área onde está localizado o Colégio Americano, no Bairro Rio Branco. A garantia foi dada hoje (6/5), em reunião da Cece, pelo presidente da comissão, vereador João Derly (PCdoB). Ele lembrou que o pedido de tombamento - liderado por um grupo de alunos, ex-alunos, pais e vizinhos da instituição - é válido, o que justifica o apoio da Cece ao movimento.

A diretora do Escritório do Patrimônio Histórico e Cultural (Ephac) da Prefeitura de Porto Alegre, Débora Magalhães, disse que qualquer um pode solicitar o tombamento de um prédio na cidade. Ela sugeriu ao movimento pró-tombamento que leve o pleito ao prefeito, apresentando uma proposta formal ao Executivo sobre o tema. A diretora salientou, porém, que o tombamento, se ocorrer, não impede a venda futura do imóvel, nem garante a permanência da atual atividade no local. "O tombamento preserva apenas os prédios", explicou.

Lisiane Collares, que representa o grupo pró-tombamento, salientou a importância do Colégio Americano para Porto Alegre. Lembrou que "são 130 anos de história de uma escola que não podem ser apagados da vida da cidade". Lisiane disse que o grupo que representa já possui 6 mil apoiadores nas redes sociais. "O tombamento é uma forma de preservar a memória de Porto Alegre", reforçou.

Leilão e venda

Conforme Lisiane, a ideia de tombar os imóveis que abrigam tanto o Colégio Americano quanto o IPA nasceu semanas atrás, quando a imprensa noticiou que as áreas poderiam ser vendidas para construção de prédios. As preocupações da comunidade cresceram, segundo ela, depois que um edital de leilão do terreno do Americano foi publicado, para pagar uma dívida trabalhista.

A dívida que geraria o leilão, de R$ 163 mil, é proveniente de ação trabalhista movida pelo Sindicato dos Professores do Ensino Privado (Sinpro/RS). Porém, conforme o presidente da entidade, Marcos Fuhr, tal dívida foi quitada pelo colégio, o que evitou o leilão. Fuhr, que é professor do Americano desde a década de 1980, disse que apoia a campanha pelo tombamento e que a ação trabalhista que gerou o pedido de leilão já corria há mais de dez anos, época em que a instituição atrasou o pagamento de salários dos professores. "O lado positivo desta notícia do leilão é que isso desencadeou uma onda em defesa deste patrimônio da cidade."

Direção do IPA

O representante do IPA/Colégio Americano, reitor Roberto da Fonseca, compareceu à reunião mas não se manifestou sobre o assunto. Segundo o presidente da Cece, Fonseca já tem agendada para quinta-feira (8/5) presença na sessão plenária da Câmara, na qual explicará aos vereadores, em Plenário, a posição da instituição mantenedora do IPA/Americano, a Rede Metodista do Sul. O convite ao reitor, conforme João Derly, partiu do presente da Câmara, vereador Professor Garcia (PMDB).

A reunião teve a presença dos vereadores Tarciso Flecha Negra (PSD), Any Ortiz (PPS) e Sofia Cavedon (PT), todos integrantes da Cece, e de Alberto Kopittke (PT), que solicitou a reunião para tratar do assunto. "As notícias sobre o leilão e a possibilidade de venda dos imóveis criou insegurança entre pais, alunos e comunidade. Já havia preparado um pedido de tombamento, mas como a comunidade tomou a iniciativa, vamos apoiá-la", disse Kopittke. Os demais vereadores também manifestaram apoio ao movimento pró-tombamento.

Texto: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062) 
Edição: Claudete Barcellos  (reg. prof. 6481)