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Cece avalia fechamento da Escola Estadual Argentina

Argentina: Pais e professores criticam fechamento da escola Foto: Kaiser Konrad
Argentina: Pais e professores criticam fechamento da escola Foto: Kaiser Konrad

A Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude (Cece) da Câmara Municipal se reuniu nesta sexta-feira (29/2) para avaliar o fechamento da Escola Estadual Argentina.

A escola, que até o ano passado funcionava em um prédio alugado pelo governo, foi fechada com a alegação da Secretaria de Educação do Estado do Rio Grande do Sul (SEC) de que as instalações são insalubres. Os alunos seriam remanejados para as escolas Marechal Floriano, Anne Frank e Otelo Rosa, conforme a preferência dos pais.

Para Simone Goldschmidt, presidente do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers Sindicato), a Escola Argentina está sendo um marco de resistência no Estado. "Em 2007 e nos últimos dias de 2008, a SEC tem agido de forma autoritária e, sem consultar a direção, fechou a Escola Estadual Argentina. Os pais só saberiam no dia 3 de março", criticou.

A presidente do Cpers disse ainda que, na visão do Cpers, o fechamento da Escola Argentina é um ataque criminoso à educação, aos alunos, aos professores e aos pais, que têm resistido bravamente. "Isso é tratar a educação como mercadoria e fazer economia com ela e com aqueles que necessitam do Estado. Essas crianças são seres que pensam, sentem e têm direitos. E o Estado tem o dever de oferecer educação de qualidade".

Maurício Lopes, representando a Comissão de Pais, pediu à Comissão que a luta continue. "Já recolhemos 800 assinaturas da comunidade, e na próxima segunda-feira (3/3), o ano letivo começa, e nós não sabemos para onde nossos filhos irão", afirmou, pedindo aos vereadores e especialmente à Cece que ajudem a manter a escola aberta.

A diretora da escola, Cecília Lorenzoni, explicou que não havia sido informada do fechamento da escola. "Recebi convocação para uma reunião na SEC, que seria sobre as matrículas de 2008. No dia 22 de fevereiro, soube do fechamento". A diretora informou que uma representante da SEC já está na escola para fazer o levantamento do patrimônio. "Ontem eu tive a confirmação de que a escola não será reaberta", lamentou a diretora. "Mesmo que, atualmente, 131 alunos tenham efetivado a matrícula".

Os pais de muitos alunos da Escola Argentina estiveram na reunião da Cece. Segundo alguns deles, as três escolas que receberiam os alunos teriam apenas 17 vagas no total. Os pais destacaram ainda que, nas escolas próximas da região, foram informados de que só poderiam matricular seus filhos se "sobrassem vagas".

A presidente da Comissão, vereadora Sofia Cavedon (PT), frisou que a Cece estará em frente à Escola Argentina, junto aos pais, aos alunos e aos professores, na manhã da próxima segunda-feira (3/3), dia em que seria o início do ano letivo. Depois da reunião na Câmara, vereadora e os demais presentes se dirigiram ao Centro Administrativo, para tentar marcar reunião com a SEC ou com a governadora Yeda Crusius.

Também discutiram a situação da Escola Estadual Argentina no Plenário Ana Terra os vereadores José Ismael Heinen (Dem) e João Dib (PP).

Taidje Gut (reg. prof. 13614)