Comissões

Cece discute programa de prevenção vocal para professores

Cruz (e) participou da construção do Programa de Prevenção Vocal Foto: Lívia Stumpf
Cruz (e) participou da construção do Programa de Prevenção Vocal Foto: Lívia Stumpf

A Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude (Cece) da Câmara Municipal de Porto alegre debateu, na tarde desta terça-feira (10/8), projeto de lei que instituir o Programa de Saúde Vocal para Professores da Rede Pública de Educação. O objetivo do texto, da vereadora Sofia Cavedon (PT), é formular diretrizes para prevenção, capacitação, proteção e recuperação da voz dos professores vinculados às secretarias de Educação e Esportes e Lazer.
 
Conforme o fonoaudiólogo Fernando Francisco Cruz, que representou o Conselho Regional de Fonoaudiologia (CRFa), os profissionais desta área sempre trabalham com ações preventivas e ocupacionais. “A voz não tem uma atenção tão grande como deveria por parte das pessoas. E o professor é um profissional que depende da voz. Sem um livro até consegue dar uma aula, sem a voz, não”, argumentou ao defender a proposta.
 
Conforme o projeto, o programa será implementado por campanhas informativas, exames preventivos e exames periódicos, bem como com o uso de quadros brancos para substituir o de giz e formas de fácil hidratação aos professores. Sofia alerta que problemas com as cordas vocais “estão relacionados com muitas biometrias da rede de ensino”. A vereadora defende ainda a discussão da proposta com órgãos de classe e com o Executivo para que este tenha um planejamento para execução do programa já na votação do projeto de lei.
 
A representante da Secretaria Municipal de Educação (Smed), Zuleika Beltrame, disse que sugestões “são bem-vindas para a prevenção e recuperação da voz dos professores”. Ela defendeu o ensinamento para a utilização correta da voz. “Temos hábitos equivocados que devem ser corrigidos”, ressaltou. O vereador Haroldo de Souza (PMDB) disse acreditar na prevenção, em especial na hidratação, para reduzir o problema. “É preciso tomar cerca de 2,5 litros de água por dia, além do aquecimento da voz quando vai utilizá-la”, registrou.
 
Para a presidente da Cece, vereadora Juliana Brizola (PDT) não há como transformar a educação sem este cuidado com o professor. “Não é ruim só para o professor, mas para o aluno que fica ali esperando pela aula que não pode ser dada. Este é um projeto muito bom para Porto Alegre”, disse. Também participou do encontro o vereador Tarciso Flecha Negra (PDT). O projeto irá a plenário para discussão dos vereadores, retornando para pareceres das comissões permanentes da Câmara ants da votação em Plenário, ainda sem data prevista.

Neopedagogia
 
A Cece também recebeu, na segunda pauta desta terça-feira, o professor Francisco Dequi, diretor do Instituto Pró-Universidade Canoense (IPUC). Ele defende o debate para o que apresenta como a Neopedagogia da Gramática. Segundo ele, um estudo usa a simplificação para explicar regras como acentuação gráfica em uma norma única. “É uma simplificação. Não temos que abandonar a gramática, e sim modernizá-la”, defende.

Segundo Dequi, o método já foi apresentado para grandes gramáticos que não contestaram o método. “Eles viram que existem fundamentos e estão estupefatos. É uma pesquisa de 35 anos, que contestou o método tradicional e que mexe no método de ensinar”, avaliou.
 
A vereadora Juliana Brizola ressaltou que irá buscar uma data para apresentação a professores e entidades de classe, uma vez que os vereadores, agora, já obtém mais informações sobre a proposta, e poderão divulgar para os profissionais de educação interessados no assunto para aprofundar o debate.

Leonardo Oliveira (reg. prof. 12552)