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Cedecondh apoia aprovados em concurso na área da segurança pública

Candidatos aprovados lotaram galerias do plenário Otávio Rocha, na Câmara Foto: Cassiana Martins
Candidatos aprovados lotaram galerias do plenário Otávio Rocha, na Câmara Foto: Cassiana Martins (Foto: Cassiana Martins/CMPA)
Com o objetivo de tratar da nomeação e convocação imediata dos candidatos aprovados no concurso público da Brigada Militar, Corpo de Bombeiros e Polícia Civil, a Câmara Municipal de Porto Alegre, através da Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh), promoveu na tarde desta terça-feira (24/02), no Plenário Otávio Rocha, um grande encontro com a participação de todos atores envolvidos na luta em defesa do chamamento dos aprovados em concurso público para área de segurança pública do Estado. Um total de 661 pessoas aprovadas no concurso da Polícia Civil aguardam definição e nomeação do governo do estado para cursar a Acadepol e combater a criminalidade e proteger a sociedade gaúcha. 
 
Déficit

Conforme o representante da Associação de Bombeiros do Estado do Rio Grande do Sul (Abergs), Ubirajara Pereira Ramos, é preciso haver uma eficaz melhoria na área da segurança pública no Estado. “Deveríamos ter um efetivo de 11 mil policiais atuando no Corpo de Bombeiros." Atualmente, no Rio Grande do Sul, existem 2.600 servidores em atividades operacionais e administrativas. Em Porto Alegre atuam 300 soldados. Já a Brigada Militar possui um efetivo de 21 mil brigadianos, incluindo os bombeiros, mas necessita de cerca de 33.700 trabalhadores.

Aprovados

O ativista do Sindicato da Polícia Civil do RS (Simpol), Mário Flamir Martins, destacou que os 661 candidatos aptos e aprovados em todas as fases do concurso da Polícia Civil fizeram investimento acreditando que seriam chamados, o que agora não ocorreu. “O edital apontava, na verdade, 700 vagas. Os primeiros 700 aprovados já foram chamados, mas no total foram aprovados 1400 pessoas e esperávamos que fosse chamado o restante na 2ª fase, já que é notório a necessidade de um maior efetivo nas ruas da Capital”, sinalizou.

O vereador Delegado Cleiton (PDT) analisou que é preciso "abrir os olhos dos governantes" quanto à importância da segurança pública. “Reivindicação e feijão só se faz na base da pressão. Queremos encaminhar ao governo do Estado uma moção objetivando que os senhores tomem posse e façam as suas academias, pois o Rio Grande do Sul precisa de mais segurança imediata."

Investimentos

A vereadora Mônica Leal (PP) destacou que é notório o aumento da violência no Rio Grande do Sul. “Só o lado da bandidagem está vencendo. Há 30 anos tínhamos pouco mais de 6 mil policiais civis nas ruas. Hoje, temos apenas 5 mil. O nosso IGP (Instituto Geral de Perícias) estava completamente sucateado, sendo que é um Departamento indispensável por elucidar crimes. Nós queremos melhores condições e investimentos na Policial Civil e Brigada Militar, que sobreponha siglas partidárias e ideologias políticas. Afinal, qual será a política de segurança pública deste governo?”, questinou Mônica, divulgando que nesta quarta-feira (25/02) ela estará reunida com o secretário de Segurança do Rio Grande do Sul para tratar sobre esses temas.

Luta

Representando a Brigada Militar, o vereador Tenente Bruno, de Pelotas, afirmou que a BM, Policia Civil e o Corpo de Bombeiros irão caminhar juntos nesta luta pelos seus direitos. “Nós temos aprovados, nos concursos públicos, jovens, homens e mulheres que investiram seu tempo, dinheiro e estudo e tudo o que não tinham para serem aprovados neste concurso. Muitos agora estão aqui no sacrifício, sem dinheiro para passagem. O quartel do 4º BPM tem uma situação privilegiada. Estamos com viaturas paradas no pátio porque não existem patrulheiros nem efetivo”, salientou o tenente, reiterando: “Somos todos iguais e vamos defender a sociedade gaúcha. Aguardamos a nomeação pelo governo do Estado para combater a criminalidade”.  

Encaminhamentos

Para a presidente da Comissão, vereadora Fernanda Melchionna (PSOL), uma das principais resoluções decorrentes do encontro é a organização de uma audiência pública com a presença da Casa Civil, a ser realizada na Assembléia Legislativa do RS, para tratar da aprovação e nomeação imediata dos trabalhadores. “A política de pagar ou não pagar os convênios, nomear ou não os servidores, passa por uma decisão política. Podemos fazer um encaminhamento para o chefe da Casa Civil, Márcio Biolchi, e pedir urgência nesta questão.”

Fernanda garantiu ainda que os vereadores de Porto Alegre estarão prestando apoio integral aos trabalhadores para as mobilizações de rua que os concursados seguirão fazendo. “É preciso haver mobilização organizada de todos envolvidos com protestos e reivindicações, na luta em defesa dos aprovados”, ponderou.

De acordo com o vereador Alberto Kopittke (PT), a Cedecondh não aceita a falsa dicotomia entre direitos humanos e segurança pública. “Precisamos estabelecer, em uma nova audiência, qual segurança pública nós queremos. Já conseguimos votar e aprovar o projeto de lei para viabilizar aos soldados e bombeiros o passe livre no transporte coletivo urbano da Capital. Agora, precisamos lutar por direitos e uma Polícia mais efetiva e moderna”, ressaltou o vice-presidente da comissão, observando que, depois que os trabalhadores conseguirem assumir seus cargos, os mesmos não podem se fechar à sociedade. “Nossa Polícia está precisando de líderes inovadores, de mais oxigênio”, concluiu.

Também estiveram presentes representantes da Associação de Bombeiros do Estado do RS (Abergs), Associação Beneficente Antônio Mendes Filho (Abamf), Brigada Militar/RS, Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia do RS (Ugeirm), Sindicato dos Servidores da Polícia Civil do RS (Sinpol/RS), Secretaria de Segurança Pública do Estado RS e Secretaria de Segurança Pública de Porto Alegre, além do deputado estadual Pedro Ruas (PSOL) e dos vereadores Delegado Cleiton (PDT), Alex Fraga (PSOL), Sofia Cavedon (PT), Cláudio Janta (SDD) e Kevin Krieger (PP).

Texto: Mariana Kruse (reg. prof. 12088)
Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)