Comunicação temática aborda importância da atividade física para idosos
A importância da atividade física na vida do idoso foi tema discutido durante o período de Comunicação Temática desta quinta-feira (18/5) no plenário da Câmara Municipal de Porto Alegre. Entidades relacionadas ao tema vieram ao plenário pedir apoio na criação de programa voltado para atender a terceira idade.
Para explicar a necessidade da prática de exercícios físicos para a população idosa, o professor Newton Luiz Terra, diretor do Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS, destacou uma pesquisa realizada pelo IBGE, na qual aponta que 60% dos brasileiros não praticam atividades físicas regularmente, índice que sobe em relação ao público idoso, dando o total de 80%. A proposta, segundo Newton, é criar um projeto que incentive a terceira idade a praticar exercícios, pois há preocupação em relação à saúde. “A capital conta com 250 mil idosos. Isso acarreta um profundo impacto em todas as estruturas sociais, econômicas e culturais”, disse. De acordo com ele, o número de doenças infecciosas crônicas e degenerativas cresceu ao longo dos anos. Para isso, implementar o envelhecimento ativo é uma alternativa para o professor, para que se envelheça com autonomia e independência não apenas física, mas de forma saudável, participativa, segura e produtiva.
“Os benefícios de implantar um programa assim são muitos”, disse Newton ao apresentar o programa Atividade, projeto que, além de estimular atividades para idosos, visa prevenir doenças. De acordo com ele, é um programa simples. “O idoso vai ao posto de saúde, se inscreve neste programa e será submetido a uma avaliação de pré-participação, como avaliação médica cardiológica, ortopédica e avaliação por um educador físico”, complementou.
Com a finalidade de expor uma forma mais objetiva da implementação do programa Atividade, Clarissa Biehl Printes, doutora em ciências aplicadas às atividades físicas e desporto, a profissional explica que o projeto atende ao apelo da Organização Mundial da Saúde (OMS) pela inclusão de propostas que sejam sustentáveis de combate ao sedentarismo. Um dos principais objetivos, segundo Clarissa, é empoderar este movimento, que leva benefícios como a redução do uso de medicamentos, número de consultas e promoção da qualidade de vida com saúde e esporte. Medidas estas que ajudam na contenção de custos na saúde pública, ainda de acordo ela. "Iriamos encaminhar o idoso com a recomendação para realizar a consulta na mesma unidade de saúde que está sendo realizada a atividade, para dar continuidade ao programa". O programa se desenha para um processo de 12 meses, dentro de unidades de saúde com atendimento proporcionado por profissionais da área e acompanhamento no desenvolvimento das atividades praticadas por idosos. Quanto à sustentabilidade, Clarissa explicou que o foco da captação de recursos seria por meio de doações de pessoas físicas e jurídicas. "Representa otimizar a economia e a efetividade e o quanto se ganha em saúde", ressaltou.
Vereadores
Os parlamentares da Casa elogiaram o trabalho apresentado pelas entidades e manifestaram suas opiniões sobre a prática de exercício físico pelos idosos.
ESPORTES – “Praticar esportes nos dá outra vida, outra saúde e vontade de participar de tantas coisas que esta cidade nos oferece”. Ao fazer esta afirmação, Tarciso Flecha Negra (PSD) destacou a importância de que crianças, adolescentes e pessoas de terceira idade façam alguma atividade física com vistas a uma melhor qualidade de vida. “Pessoas de todas as faixas etárias devem praticar algum esporte”, disse o vereador. “É importante para a manutenção da saúde, da flexibilidade, da longevidade, para a redução de dores e doenças”, salientou. “A qualidade de vida pode ser melhorada com exercícios adequados e uma dieta saudável. Praticar esportes, essa é a minha bandeira”, finalizou Tarciso. (HP)
PROJETO - Em apoio ao programa, Aldacir Oliboni (PT) disse que é um trabalho diferenciado e já é feito em diversos países do continente europeu com uma lógica simples. "As principais doenças que atingem idosos podem ser evitadas com a prática de atividades físicas", defendeu. O vereador falou também que há um projeto de incentivo à prática de atividades para a população idosa e a indicação é de que se possa buscar parceria com entidades. (MF)
INCENTIVO - Cassiá Carpes (PP) comentou que possui o hábito de caminhar e que “qualquer tipo de exercício é bom”. Ele ressaltou a importância de colocá-lo na rotina, subindo escadas e caminhando até o supermercado, por exemplo. Entretanto, o vereador afirmou que o Poder Público também precisa dar condições para a sociedade praticar algum esporte, oferecendo praças e ginásios que possuam equipamentos e professores profissionalizados. “O Executivo tem que incentivar a prática para que os cidadãos possam melhorar sua qualidade de vida”, declarou. (CM)
TRABALHO - Elogiando o trabalho realizado pelos convidados, Sofia Cavedon (PT) contou que se surpreendeu positivamente com a atuação da Secretaria Municipal de Esportes (SME) com os idosos. Segundo Cavedon, os projetos apresentados na Tribuna vão ao encontro de estruturas que o governo municipal possui e que, mesmo não sendo suficiente, atendem cerca de 200 mil pessoas por ano. “Há como mobilizar os idosos”, declarou, ao relatar depoimentos de pessoas que afirmaram ter mudado de vida após começar a praticar exercícios. Por fim, a vereadora disse que seria importante que educadores físicos integrassem as equipes de saúde da família do município. (CM)
SEGURANÇA - O proponente do projeto que criou o Fundo Municipal do Idoso, em 2010, vereador Airto Ferronato (PSB), elogiou a criação de pistas de caminhada e a colocação de equipamentos de ginástica em volta das praças e parques da cidade. “É uma bela ação pública que viabiliza as caminhadas”, salientou. Porém, Ferronato alertou que é necessário aumentar a segurança nestes locais, pois muitas pessoas não praticam exercício ao ar livre pelo medo da violência. “Na medida em que dermos mais segurança, as praças passarão a ser mais utilizadas”, destacou. (CM)
TRABALHO II - João Bosco Vaz (PDT), que foi secretário da Secretaria Municipal de Esportes (SME), falou que foi muito importante o tema ter sido trazido à Casa no momento em que se iniciarão as discussões sobre o Projeto de Lei do Executivo que prevê a transformação da SME em departamento. Bosco expôs que apesar de pequena e de receber somente R$ 1 milhão por ano, a secretaria realiza “um trabalho grandioso espalhado pela cidade”. “Esse trabalho não cabe em um departamento”, defendeu, após dizer que a mudança de estrutura da SME não representaria economia para o município, pois “atividade física orientada por profissionais capacitados ajuda a esvaziar os postos de saúde”, explanou. (CM)
DIGNIDADE - Matheus Aires (PP) destacou a sua atenção às ações que beneficiam os idosos, ao lembrar dos seus avós, ressaltando a importância de políticas que possibilitam a dignidade desses cidadãos. Aires falou da relevância de práticas para o envelhecimento com autonomia e independência, ao observar que "a sociedade deve fazer a sua parte, colaborando com criatividade e dedicação em prol das questões que envolvem qualidade de vida aos idosos e temas afins", incentivando parcerias público-privadas. Matheus Aires elogiou, ainda, o trabalho e oficinas desenvolvidas no Ginásio Tesourinha, para evidenciar a necessidade de atividades físicas em favor da saúde dos idosos. (AS)FRENTE - Alvoni Medina (PRB) salientou que, "como presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Pessoa Idosa, defendemos e estamos disposição para trabalhar em defesa de políticas públicas que beneficiem a saúde e qualidade de vida dos idosos", ao manifestar o apoio ao movimento pela manutenção de atividades físicas aos idosos. O parlamentar aproveitou a oportunidade e convidou os vereadores para a reunião da Frente Parlamentar, quando serão debatidas as questões que envolvem as filas dos idosos, em busca de atendimentos nos hospitais, estabelecidos em Porto Alegre. Medina informou que a reunião da Frente Parlamentar em Defesa da Pessoa Idosa contará com a participação do Secretário Municipal da Saúde.(AS)
Textos: Hélio Panzenhagen (reg. prof. 7154)
Munique Freitas (estagiária de Jornalismo)
Cleunice Maria Schlee (estagiária de Jornalismo)
Angélica Sperinde (reg. prof. 7862)
Edição: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)