Comunidade lamenta ausência do Executivo em reunião sobre PAM-3
Moradores da Grande Cruzeiro lamentaram a ausência de representantes da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) na reunião promovida juntamente com a Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) da Câmara Municipal, nesta quarta-feira (4/5) à noite, na sede da Associação de Moradores da Vila Tronco Neves (Amavitron). Formada por um conglomerado de vilas situadas no Bairro Santa Teresa -entre as quais se incluem a Cruzeiro do Sul, Santa Tereza, Tronco, Nossa Senhora do Brasil e Buraco Quente -, moradores da Grande Cruzeiro haviam denunciado aos vereadores da Cosmam a precariedade do atendimento de saúde e as péssimas condições do prédio no Centro de Saúde da Vila dos Comerciários, o PAM-3.
O ex-coordenador do Conselho Distrital de Saúde do PAM-3, Ângelo Foresti Filho, voltou a pedir, na reunião, a intermediação dos vereadores nas tratativas com o Executivo, no sentido de que se exija o cumprimento das promessas de reformas no prédio e melhoria no atendimento. Segundo ele, além das más condições do prédio, os remédios não chegam às prateleiras, e as denúncias feitas ao Ministério Público incluem até mesmo assédio sexual no posto. O governo municipal foi convidado a participar desta reunião e não veio. É um desrespeito à comunidade. O PAM-3 chega a fazer 88 mil atendimentos por trimestre, segundo informou Clodomar Freitas, vice-coordenador do Conselho Distrital, que responde pelas regiões Glória, Cruzeiro e Cristal.
A coordenadora do Conselho Gestor de Saúde do PAM-3, Elisabete Freitas, considerou uma vitória da comunidade a destituição pela SMS do interventor do posto, que, segundo ela, não reconhecia legitimidade no Conselho Gestor e criava muitas dificuldades. No entanto, informou, o PAM-3 está há cerca de um mês sem diretor. Até o ano passado faltavam recursos financeiros ao PAM-3. Agora, falta um planejamento, pois estão previstos R$ 2 milhões do governo federal para reformas no prédio. Elisabete também informou que o Conselho Gestor está em negociações com o Ministério Público para exigir atendimento adequado na emergência do posto de saúde mental do Centro, que ela classificou como vergonhoso.
O presidente da Cosmam, vereador João Carlos Nedel (PP), informou aos moradores que a comissão havia feito uma visita-surpresa, no dia anterior, ao PAM-3 para verificar as denúncias recebidas. A Cosmam defende a saúde em primeiro lugar, temos independência em relação ao Executivo. Nedel informou ainda que os R$ 2 milhões para a reforma do prédio ainda não estavam liberados porque a Câmara dos Deputados havia aprovado o Orçamento da União para 2006 há cerca de dez dias. Está em fase de elaboração um Plano Diretor de Funcionamento do Prédio.
Também estavam presentes à reunião os vereadores Neuza Canabarro (PDT), Claudio Sebenelo (PSDB) e Aldacir Oliboni (PT). Temos a obrigação de exigir do prefeito José Fogaça o cumprimento do que foi prometido, afirmou Neuza, acrescentando que a comunidade está lutando por algo (a saúde) que é um direito de todos. Oliboni lembrou que o Ministério Público havia dado um prazo de seis meses para que os problemas do PAM-3 fossem solucionados, mas até agora não houve nenhuma providência. A Cosmam tem o compromisso de cobrar da SMS o cumprimento das exigências. Afirmando que, em um ano e meio de governo, alguma solução já deveria ter sido dada pela Prefeitura, Sebenelo lembrou que posto de saúde é emergência, é necessidade primária. O vereador disse ainda que não aceitava desculpas da SMS para não se fazer presente à reunião. A reforma do prédio do PAM-3 deveria estar pronta há muito tempo.
Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)
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