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Cosmam mostra preocupação com situação do HPS

Vereadores ouviram as queixas da administradora Márcia Brasil (e) Foto: Elson Sempé Pedroso
Vereadores ouviram as queixas da administradora Márcia Brasil (e) Foto: Elson Sempé Pedroso

Em reunião para tratar das condições de atendimento do Hospital de Pronto-Socorro (HPS) de Porto Alegre, na manhã desta terça-feira (9/6), a Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) ouviu de funcionários e da direção da entidade relatos sobre falta de recursos humanos, superlotação, ausência de investimentos e precariedade na estrutura física da instituição. De acordo com o presidente da Cosmam, vereador Carlos Todeschini (PT), o estado do HPS é preocupante e merece atenção especial do poder público para que alternativas solucionem o caos. “O atendimento hospital do HPS é referência no Brasil e não pode ficar relegado pela gestão pública. É preciso prioridade de ação para investir e valorizar o trabalho dos envolvidos”, definiu.

De acordo com o proponente da reunião, vereador Lúcio Barcelos (PSOL), as instalações físicas do Pronto-Socorro sofrem com problemas graves. Segundo ele, a inexistência de equipamentos específicos para exercício pleno da medicina e a redução do total de funcionários são os fatores preponderantes para agravar as dificuldades. “Faltam hoje cerca de 350 servidores necessários para suprir a demanda da saúde emergencial de Porto Alegre. Não há contratação há mais de cinco anos”, constatou.

Márcia Brasil, administradora do Hospital, reconheceu que as dificuldades enfrentadas são grandes e acrescentou que o principal entrave diz respeito à defasagem de recursos financeiros para aquisição de nova aparelhagem. “Somos obrigados a trabalhar com materiais banidos pelo Ministério da Saúde há quase 30 anos. Os equipamentos estão obsoletos ou em péssimo estado”, complementou Rosy Clair Dei Ricardi, do Centro de Estudos do HPS, ao revelar que o anexo 2 do local encontra-se sem área assistencial e as internações são feitas até nos corredores da instituição.

Retaguarda

O diretor administrativo Danilo Braun reclamou da falta de ressarcimento que deveriam receber do Seguro DPVAT – responsável por indenizar vítimas de danos causados por veículos automotores de via terrestre. Além disto, lamentou a falta de respaldo e retaguarda que hospitais da cidade deveriam dar ao atendimento no HPS. “Nós estamos perdendo o foco do trabalho do Hospital de Pronto-Socorro de Porto Alegre que é atender exclusivamente emergências. Não podemos suportar internações que duram meses”, reclamou.

Outro fator grave que preocupa os funcionários diz respeito à nova medida adotada pelo governo municipal de retirar a insalubridade dos funcionários que trabalham em diferentes setores do HPS. Conforme Susana Endres, diretora de enfermagem da instituição, a UTI de Queimados do Hospital sofre com falta de pessoal que sequer contam com a composição salarial plena. “Estamos expostos a todo tipo de enfermidade e mesmo assim só nos resta 20% de insalubridade decorrentes da atividade laboral”.

O representante do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Afonso Araújo, cobrou da Secretaria Municipal de Saúde postura para enfrentar as dificuldades e reiterou o descontentamento com o plano do Executivo que recolhe parte dos salários dos funcionários provenientes da insalubridade. “São direitos que estão sendo retirados dos trabalhadores”, argumentou.

Superlotação

Segundo levantamento do Centro de Estudos do HPS, só a enfermaria de traumatologia sofre com 160% a mais de internação. “E as outras especialidades registram sempre mais de 100% de internação, o que gera desgaste para os poucos funcionários que lá estão. Não queremos deixar de ser referência, mas a situação se agrava a cada dia”, frisou.

Para Brizabel Rocha, da SMS, a autarquia tem acompanhado de perto as dificuldades e reunido formas para encontrar soluções que vão ao encontro das exigências da cidade. “Tem sido difícil alocar recursos e transferi-los para o Hospital de Pronto-Socorro”, admitiu. Segundo ela, a secretaria se reunirá no próximo dia 25 de junho para preparar estratégias concretas de recuperação dos setores mais carentes do HPS.

Como encaminhamento, a Cosmam definiu que solicitará reunião urgente com o prefeito José Fogaça e com o secretário da Saúde, Eliseu Santos, para cobrar do Executivo mais agilidade na construção de políticas públicas específicas para o HPS. Além disto, serão pedidos à prefeitura o laudo elaborado pelo governo que justifica a retirada de insalubridade dos funcionários da instituição. Conforme o vereador Dr. Thiago Duarte (PDT), a Câmara Municipal também precisa cumprir seu papel e voltar a discutir a efetivação do Hospital de Pronto-Socorro da Zona Sul. “Precisamos achar urgentemente alternativas para desafogar o atendimento médico no centro", justificou.

Também acompanharam os debates, a Associação dos Servidores do HPS, o Conselho Municipal de Saúde e os vereadores Aldacir Oliboni (PT), Dr. Raul (PMDB) e Mário Manfro (PSDB).

Ester Scotti (reg. prof. 13387)

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Câmara pede solução para falta de pessoal e equipamento no HPS