COMISSÕES

Cosmam visita UPA Bom Jesus

Reunião (Extraordinária) da COSMAM - Visita ao Pronto Atendimento Bom Jesus.
Vereadores da Cosmam trataram sobre a falta de leitos na unidade (Foto: Marlon Kevin/CMPA - Uso público, resguardado o crédito obrigatório)

A Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) da Câmara Municipal de Porto Alegre esteve na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Bom Jesus na manhã desta sexta-feira (28/3). Participaram da visita a presidente da comissão, Psicóloga Tanise Sabino (MDB), e os vereadores Aldacir Oliboni (PT), Cláudia Araújo (PSD) e Gilvani o Gringo (Republicanos). 

Os parlamentares abordaram os relatos de demora nos atendimentos e denúncias de falta de leitos na unidade. “Chegaram relatos para nós de questões relativas ao serviço e à fila de espera e queixas do atendimento. Nosso propósito aqui é estar ao lado do paciente, poder buscar soluções e ajudar”, afirmou a presidente. 

A vereadora Cláudia Araújo questionou a situação das obras na unidade médica, que estão paralisadas desde outubro. “Se a gente conseguir dar continuidade para essa ampliação, para essa reforma que estava acordada e alinhada para fazer, a gente vai conseguir ampliar e melhorar o atendimento. Por que está parado? Eu acho que esse é o primeiro passo. Por que desde outubro a obra não anda? Por que está estagnada?”, apontou. 

Aldacir Oliboni destacou a dificuldade de encontrar leitos de internação, bem como a situação dos pacientes que são realocados para os corredores do Pronto Atendimento. “As pessoas ficam aguardando aqui de um dia para o outro. Mais do que isso, as pessoas que precisam de um leito ficam aguardando aqui dez dias, oito dias, na média é seis dias, não tem como. Aqui não é um hospital, que tem condições de ter ressuscitação do paciente”, salientou o parlamentar. 

O vereador Gilvani o Gringo cobrou comprometimento da esfera pública no trabalho de diminuir as filas de espera e na melhora dos atendimentos. “O governo tem que ter a responsabilidade de tomar atitude e mudar isso aqui. O recurso é do povo e tem que nascer uma mudança efetiva de verdade”, exigiu.

Superlotação

Eduardo Neubarth Trindade, presidente do Conselho Regional de Medicina do RS (Cremers), enfatizou a importância de olhar também para as condições de trabalho do profissional de saúde nas unidades com superlotação. “Para fazer uma medicina de qualidade, a pessoa tem que ter condições. E como se faz isso? Organizando os fluxos para que o paciente não fique sete dias internado em uma UPA, porque isso transforma a unidade em um hospital. Isso aqui não é um hospital, este paciente tem que ter leito e a unidade fazer a sua função de UPA”, frisou.

Alexandre Amorim, coordenador médico da UPA Bom Jesus, explicou como a superlotação das unidades interfere no trabalho médico e na eficácia do atendimento. “A gente também tem que cuidar do trabalho médico e da dignidade desse trabalho, e vai ficando difícil fazer isso se a gente tem uma situação em que os colegas atendem muitas vezes num plantão de 70 pacientes em que eles estão com 20 pacientes sem leitos, em que eles estão se ‘virando em mil’ e muitas vezes há ataques ao trabalho do profissional médico sem a compreensão de que não é por falta de trabalho médico que o paciente está lá na frente esperando muito tempo, e sim pelo tensionamento do próprio sistema”, destacou. 

Nos encaminhamentos, ficou estabelecido o envio de um pedido de informação em relação às obras paralisadas e de um relatório com os fluxos diários da unidade. Além disso, ficou acordado o envio de um parecer com as atividades programadas para o próximo mês no pronto atendimento.

Texto

Laura Paim (estagiária de Jornalismo)

Edição

João Flores da Cunha (reg. prof. 18241)