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Demhab garante que rachaduras em casas não são estruturais

Ex-moradores da Dique reclamam na Cuthab de problemas nas casas Foto: Maria Helena Sponchiado
Ex-moradores da Dique reclamam na Cuthab de problemas nas casas Foto: Maria Helena Sponchiado

O coordenador de Obras do Departamento Municipal de Habitação (Demhab), engenheiro Luis Ferrari Borba, garantiu nesta terça-feira (4/5) à tarde, durante reunião da Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação (Cuthab), que já foram realizados os primeiros reparos nas rachaduras existentes nas casas entregues aos ex-moradores da Vila Dique reassentados na Avenida Bernardino Silveira Amorim, no Bairro Rubem Berta. Para o engenheiro, os problemas de apontados são normais. "Não existe obra que fique perfeita na primeira mão", afirmou.

Segundo ele, as rachaduras não comprometem a estrutura das casas, que não apresentariam problemas. Borba explicou que o Demhab faz, rotineiramente, uma primeira revisão ao entregar novas casas para reassentamentos e, após a ocupação, costuma fazer uma segunda e última revisão geral. "Depois disso, fazemos um acompanhamento. Os problemas mais sérios, como infiltrações de umidade, devem ser repassados ao Demhab por escrito pelos moradores. Outros de ordem estética são secundários."

Borba garantiu ainda que o Demhab mantém contato permanente com a empresa responsável pela construção. Ele informou que a garantia é de cinco anos após o recebimento da moradia, para caso de danos não-estruturais, e de 20 anos para casos de danos na estrutura. O supervisor de Produção Habitacional do Demhab, Vicente Trindade, afirmou que a construtora é responsável pela realização dos reparos e tranquilizou os moradores de que não há problemas estruturais nas 152 casas já entregues, num total de 1.476 casas que deverão integrar o novo loteamento, juntamente com mais de cem unidades de comércio e um centro comunitário. Segundo ele, muitas correções já foram feitas durante as obras e outras ainda terão de ser empreendidas. "A empresa deve corrigir todos os problemas no prazo de um mês", disse Trindade. "A empreiteira tem a obrigação pelos consertos. O Demhab é o fiscal da obra."

Ameaças

A presidente da Associação de Amigos e Moradores da Vila Dique, Enedina Espíndola, ressaltou que os moradores da Bernardino Silveira Amorim cobram mais segurança e moradia com dignidade. Enedina, reassentada no loteamento desde o dia 23 de dezembro, destacou que todos estão pagando pelas moradias e exigem que as casas sejam entregues em condições de serem habitadas. "Queremos que a empresa construtora se responsabilize pelo seu trabalho".

Ela também denunciou que duas agentes comunitárias do Demhab teriam ameaçado moradores, por volta das 19h30min desta segunda-feira (3//5), para que não comparecessem à reunião na Cuthab hoje. "Moradores foram ameaçados de não receberem suas casas caso viessem hoje à reunião. Não fosse isso, poderíamos ter cerca de 25 moradores aqui.", acusou Enedina.

Petrolina Espíndola da Silva, irmã de Enedina, lembrou que a casa que o seu marido construiu na Vila Dique não apresentou problemas durante os 24 anos em que residiram no local. "Estamos saindo de um sonho e entrando num pesadelo", disse Petrolina, falando sobre a grande expectativa que os moradores da Dique tinham em relação às novas casas. Segundo ela, há paredes trincadas em que o tijolo e o cimento estão separados. "O conserto só resolve o que aparece do lado de fora da parede."

Preocupante

Coordenando a reunião, o presidente da Cuthab, vereador Elias Vidal (PPS), considerou preocupante que, em menos de seis meses, as casas entregues pela construtora já apresentem rachaduras. "É preciso evitar possíveis tragédias", disse Vidal. Lembrando que o loteamento está sendo erguido com dinheiro público, o vereador disse ser preciso cobrar dos técnicos uma vistoria e que um laudo seja emitido. O presidente também prometeu agendar uma reunião da Cuthab com o diretor do Demhab, Humberto Goulart, para tratar do problema.

Presentes à reunião, os vereadores Paulinho Rubem Berta (PPS), Alceu Brasinha (PTB), Nilo Santos (PTB) e Paulo Marques (PMDB), da Cuthab, também observaram que a empresa construtora precisa ser responsabilizada pelos estragos. "É preciso saber se a empreiteira não está economizando no material da obra", disse Paulinho Rubem Berta. Nilo Santos sugeriu que a construtora seja chamada à Cuthab para prestar esclarecimentos, enquanto Paulo Marques propôs que seja pedido um laudo estrutural das casas avariadas.

A vereadora Maria Celeste (PT) também participou da reunião e pediu que o Demhab preste esclarecimentos sobre a denúncia apresentada contra as agentes comunitárias. Ela também sugeriu que a Caixa Econômica Federal (CEF) faça uma vistoria sobre as casas já entregues pela empresa. "As casas apresentam problemas graves e sérios. Os moradores tinham expectativa de encontrar um novo loteamento em condições adequada para habitação."

Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)

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