Direção do HPS apresenta projeto de ampliação
Com a presença da Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) da Câmara Municipal, a direção do Hospital de Pronto Socorro da Capital apresentou oficialmente aos vereadores e comunidade, o projeto que prevê a ampliação da instituição. O objetivo da nova proposta é ampliar a capacidade de atendimento, promover a qualidade de vida da população e adequar o hospital à legislação e às normas da Anvisa e do Ministério da Saúde. "Muita coisa mudou desde quando o HPS foi construído, há 66 anos, então precisamos remodelar e avançar com a estrutura física já precária", explicou o diretor-geral Júlio Ferreira.
Atualmente o HPS conta com 1,5 mil servidores, 22 especialidades médicas e 135 leitos - destes, 28 são exclusivos para pacientes de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Cerca de 900 atendimentos são efetuados por dia na instituição, sendo que deste montante, 88% são de pessoas residentes em Porto Alegre. "Da grande Porto Alegre, não chega a 10% de atendimentos", informou o diretor. Além disto, segundo dados do próprio hospital, 76% dos pacientes do HPS são provenientes da região central de Porto Alegre. Do resto, cerca de 15% destinatários da zona sul e 9% da zona norte.
Mudanças
Entre as áreas do HPS que ganharão dimensões maiores estão: o arquivo, o ambulatório de retorno, a biometria, a lavanderia, a rouparia e os serviços de manutenção. "Temos obrigação legal de adaptar o hospital a uma nova estrutura que disponibilize a humanização do atendimento através da classificação de risco", completou Ferreira. Além disso, serão ampliadas as UTIs Pediátricas e de Queimados, a Internação Neurológica e o Centro Cirúrgico. No total, a área ambulatorial mudará de 620 metros quadrados para 1,3 mil metros quadrados. Na internação, haverá um acréscimo de 43 novos leitos, atingindo o valor de 178 no total do hospital. Quanto ao número de internações, o HPS pulará de 630 para 830 pacientes.
De acordo com o presidente da Cosmam, vereador Aldacir Oliboni (PT), está claro que o projeto do Executivo em conjunto com a direção do HPS fará "um bem enorme à população de Porto Alegre". No entanto, destacou que é preciso convencer a comunidade do entorno de que esta é a melhor alternativa. "Os moradores serão diretamente afetados, por isso é preciso justificar toda a nova construção", alertou. A Associação de Funcionários do HPS já está de acordo com a nova alteração.
Os maiores preocupados são os comerciantes, trabalhadores e moradores dos prédios que serão desapropriados para utilização do hospital. Segundo Newton Baggio, da Secretaria Municipal de Gestão de Acompanhamento Estratégico (SMGAE), os imóveis que irão sofrer desapropriação já foram decretados de utilidade pública. "O próximo passo do Executivo é chamar os proprietários para negociar as indenizações", frisou. A ampliação do HPS prevê a desapropriação de seis prédios comerciais e residenciais nos arredores da Avenida José Bonifácio. Segundo ele, não haverá impacto algum sobre o parque da Redenção ou o Brique.
Participaram da reunião de apresentação, o secretário adjunto de Saúde, Marcelo Bósio, membros da Associação SOS Rua do Brique e os vereadores Beto Moesch (PP), Bernardino Vendruscolo (PMDB), Carlos Todeschini (PT), Dr. Raul Torelli (PMDB), Dr. Thiago Duarte (PDT), e Mário Manfro (PSDB).
Ester Scotti (reg. prof. 13387)
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Pronto Socorro vai duplicar ambulatório e ter 43 novos leitos