Educadores populares pedem reabertura de curso da Uergs
Representantes da Associação de Educadores Populares de Porto Alegre (Aeppa) estiveram, na noite desta quinta-feira, na Câmara Municipal para pedir a retomada do curso de Pedagogia de Educação Popular da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs), fechado desde o ano passado. A reivindicação foi feita em sessão extraordinária promovida pela Comissão de Educação, Cultura e Esportes (Cece) no Plenário Otávio Rocha.
A presidente da Aeppa, Tamar Gomes de Oliveira, lembrou que a criação da Pedagogia de Educação Popular na Uergs representou uma conquista para os professores. Segundo ela, foi uma construção iniciada a partir de cursos de formação oferecidos pelas escolas Emílio Meyer, Liberato Salzano e por instituições de nível superior como o Centro Universitário Metodista/IPA.
A professora Eunice de Deus afirmou que a Aeppa congrega educadores de várias áreas: educação física, enfermagem, pesquisa, gestão de ensino e educação popular, entre outras, que querem se qualificar para serem valorizados. "Não queremos mais cursinho pra tia", enfatizou. "Temos direito a universidade pública." Ela sugeriu que os educadores recolham o máximo de assinaturas em um abaixo-assinado a ser entregue à Uergs.
A representante do Centro Universitário Metodista/IPA, Vera Elaine Marques Maciel, disse que ficou assustada com o fechamento do curso da Uergs, já que, segundo pesquisa, o magistério é um dos cursos mais procurados no Ensino Médio no Brasil. "O movimento de vocês tem se ser abraçado pelo Centro Metodista do IPA, a Pucrs e o Sevigné", afirmou, citando instituições que oferecem bolsas para educadoras de baixa renda. "A universidade tem que abrir as portas para quem mais precisa."
A presidente da Cece, vereadora Sofia Cavedon (PT), disse que os educadores lutam por formação de qualidade oferecida pelo poder público e não podem abrir mão de uma grande conquista como o curso da Uergs. "Não podemos baixar a guarda; temos de pensar estratégias para atingir esse objetivo", declarou. Segundo Sofia, se a Secretaria Municipal de Educação (Smed) tivesse vontade política poderia contribuir para a volta do curso da Uergs, já que a formação dos educadores populares qualificaria o ensino na rede municipal. "Poderíamos estar com uma nova turma na faculdade este ano", declarou.
Além da proposta do abaixo-assinado, surgiu a idéia de buscar maior mobilização entre os alunos dos cursos de formação das escolas Emílio Meyer e Liberato Salzano. Também ficou acertado que os educadores populares irão se concentrar, na próxima sexta-feira (11/7), na Câmara Municipal, de onde sairão em uma caminhada até a Uergs e a prefeitura.
Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)