Tribuna Popular

Entidade pede políticas públicas voltadas à psoríase

Gládis citou dificuldades dos portadores. Foto: Lívia Stumpf
Gládis citou dificuldades dos portadores. Foto: Lívia Stumpf

No Dia Mundial, Estadual e Municipal da Psoríase - 29 de outubro -, a presidente da Psorisul, a associação nacional dos portadores da doença no Estado, Gládis Lima, ocupou a Tribuna Popular da Câmara Municipal de Porto Alegre. Ela pediu políticas públicas específicas para as vítimas da psoríase, patologia genética de pele de difícil tratamento que, segundo informou, atinge de 1% a 3% da população mundial e cerca de 5 milhões de brasileiros.

Gládis disse que, por afetar a pele, a psoríase acarreta prejuízos físicos, sociais e emocionais. Segundo ela, além dos transtornos orgânicos, os portadores sofrem com o preconceito e a discriminação, passando a se isolar em casa com receio de constranger e de serem constrangidos. "O problema não é meramente estético; em casos graves a psoríase pode levar a óbito", lamentou.

Devido à falta de informações e às dificuldades dos portadores de psoríase, em 2001 foi criada a Psorisul, conforme contou Gládis. A entidade, que pode ser conhecida no site www.psorisul.org.br, distribui gratuitamente a cartilha Psoríase - Uma Questão de Pele, com informações sobre a doença. Gládis agradeceu a acolhida da Câmara, fazendo um apelo para que sejam criadas políticas públicas voltadas à patologia.

A psicóloga Hericka Zogbi, voluntária da Psorisul, também ocupou a tribuna. Disse que, mesmo sendo uma doença cujo sofrimento é reconhecido mundialmente, a psoríase não tem o mesmo apoio, as mesmas políticas sociais e a mesma divulgação. Conforme Hericka, é preciso que os poderes públicos, a mídia e a sociedade dispensem um "olhar específico" sobre a psoríase.

Em nome da Câmara, o vereador Luiz Braz (PSDB) destacou o relevante trabalho da Psorisul no auxílio aos portadores de psoríase e na conscientização para a doença. Segundo Braz, é imprescindível que a rede pública de saúde forneça os medicamentos para as vítimas da moléstia, pois o tratamento é muito caro. Contou o caso de um taxista que esteve em seu gabinete "com o corpo coberto de feridas", pedindo auxílio para comprar remédios. Conforme Braz, o homem relatou que não conseguia mais trabalhar por causa da doença. "Como ele, muitos não conseguem exercer suas funções por causa da doença", lembrou. "É preciso resgatar a dignidades dessas pessoas."

Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)