Educação

Escola promove resgate da Praça do Alto da Bronze

Escola está no centro da Praça Alto da Bronze Foto: Jonathan Heckler
Escola está no centro da Praça Alto da Bronze Foto: Jonathan Heckler
Quando a atual direção da Escola Municipal de Educação Infantil Jardim de Praça Pica-Pau Amarelo assumiu a instituição, em 2008, começou um movimento de resgate da Praça General Osório (antigo Largo Alto da Bronze), localizada no Centro Histórico de Porto Alegre. "A praça estava abandonada”, conta a diretora da escola, Denise Ayala, que recebeu nesta quarta-feira (5/10) o projeto Caravana das Boas Práticas Pedagógicas, da Câmara Municipal de Porto Alegre, cujo objetivo é homenagear o trabalho e a dedicação dos professores das redes de ensino público da Capital. “A visita da Câmara é um prazer e muito importante para dar visibilidade à nossa comunidade”, comemorou.

Segundo Denise, o resgate da praça foi o objetivo central do projeto Alto da Bronze – A Praça é Nossa, desenvolvido desde 2008 até hoje pelos professores, funcionários e pais de alunos. “A praça não tinha iluminação, estava pichada, sem pintura, e a escola estava fechada”, relembrou. “A ideia foi buscar, junto à cidade de Porto Alegre, a valorização desse espaço educacional, histórico, cultural e de lazer.” Denise disse que o Alto da Bronze é, para os porto-alegrenses moradores do Centro, uma referência histórica e afetiva. “Muitos passaram a infância e a juventude entre as árvores e seus pica-paus.”

A diretora contou que, todos os anos, nos meses de abril e setembro, realizam o plantio de ervas medicinais, temperos e flores, tanto na praça quanto na escola. Pintar os muros da praça que, seguidamente, são pichados, também é rotina. Além disso, existe a cancha de esportes, usada inclusive pela comunidade, e são feitos diversos eventos culturais. “Aqui parece uma cidade do interior. A nossa escola é o coração da praça. E já estamos na terceira geração que frequenta a Pica-pau Amarelo.”

Outra prática pedagógica de sucesso da Pica-pau é o projeto “Dançando no Jardim”. A professora voluntária Ângela Rodrigues, em parceria com os pais, dá aula de dança de diferentes estilos para os alunos e alunas de 3 a 5 anos de idade. A finalidade é desenvolver as diferentes linguagens para essas faixas etárias. “E há turmas específicas para os adultos da comunidade que quiserem”, acrescentou Denise.

A leitura também é estimulada. Em todas as sextas-feiras, os alunos levam livros para ler em casa no final de semana, em sacolas de material reciclado produzidas por eles mesmos. 

Histórico

Única escola infantil no Centro Histórico e arredores, a Pica-Pau Amarelo foi fundada em 1926, no governo do Intendente Otávio Rocha. Foi o primeiro Jardim de Praça de Porto Alegre. Hoje, atende a 75 crianças com idades entre 3 e 5 anos e 11 meses, nos turnos da manhã (das 8h às 12h) e tarde (das 13h às 17h30min). Mas sua capacidade é para 86 crianças. São quatro turmas, entre maternal e jardim. Em seu quadro existem dois funcionários terceirizados, três professores, um estagiário, além da diretora. E um desejo da comunidade escolar é que o nome passe a ser Emei Jardim de Praça Alto da Bronze.

Com o passar dos anos, a Pica-pau Amarelo cresceu junto com suas crianças. Por isso, precisa de um espaço maior. Necessita ainda de um prédio com acessibilidade. “Já perdemos um aluno cadeirante por causa dessa falta”, esclareceu Denise. Uma biblioteca também está entre as reivindicações. Além disso, há 21 alunos na lista de espera.

A presidente da Câmara, vereadora Sofia Cavedon (PT), ficou encantada com a Pica-Pau Amarelo. “É muito gratificante ver as iniciativas que as escolas fazem para manter a qualidade da educação. E aqui se nota que o pedagógico vem empurrando paredes”, disse, ressaltando a necessidade de expansão da escola. “Eles precisam de um espaço maior para suas atividades, e a Câmara pretende buscar, junto à Secretaria Municipal de Educação (Smed), caminhos para que essa demanda seja conquistada.”

Quanto à mudança de nome, Sofia instruiu a direção a conseguir um abaixo-assinado com pais e moradores do entorno. “A partir dessa mobilização, podemos encaminhar um projeto para mudar o nome da instituição”.

Darlene Silveira (Reg. Prof. 6478)
Assessoria de Imprensa da Presidência