Audiência Pública

Estudantes da UFCSPA acusam reitora de fraudar licitações

Medeiros (e), Sofia, Ferreira e Bernardo (d), na audiência sobre a UFSCPA Foto: Lívia Stumpf
Medeiros (e), Sofia, Ferreira e Bernardo (d), na audiência sobre a UFSCPA Foto: Lívia Stumpf

Giovanni Ferreira, coordenador geral do Diretório Central de Estudantes (DCE) da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), foi o primeiro a se manifestar em Audiência Pública realizada na noite desta terça-feira (14/6) na Câmara Municipal de Porto Alegre para debater sobre demandas deste DCE. Ele pediu o imediato afastamento da reitora da Universidade, Mirian da Costa, que, segundo ele, usa dinheiro público para se beneficiar.

“De 1998 a 2002 ela fez 47 licitações ilegais sempre beneficiando a mesma pessoa, envolvendo o valor de R$ 100 mil reais”, disse o estudante. Ele informou ainda que a reitora já foi condenada, em primeiro grau pelo Ministério Público (MP), a oito anos de cadeia. “Ela está recorrendo, mas continua no cargo e viajando com dinheiro público”, acusou.

O segundo a se manifestar foi Gabriel Vargas Bernardo, representante do Movimento Ficha Limpa que atua dentro da UFCSPA. Disse estar decepcionado porque atualmente a Universidade vem ocupando espaço na mídia de forma negativa. “Estamos com a imagem maculada em função de uma única pessoa que não tem interesse em construir uma instituição decente”. Comunicou que em uma reunião realizada na Universidade dos 1.200 alunos, 430 pediram o afastamento da reitora. “Também queremos eleições diretas e paritária para a reitoria”.

Já o funcionário administrativo da UFCSPA, Juliano Medeiros, questionou o que teria levado Mirian a fraudar a Universidade. “O que levaria uma pessoa reconhecida no meio acadêmico a fraudar 47 vezes o mesmo processo beneficiando apenas um publicitário”. Falou também que existe um assedio moral aos funcionários. “Ela joga a culpa nos funcionários e inicia uma campanha, através dos pró-reitores, ameaçando os servidores”. Medeiros disse que é preciso uma reforma democrática do estatuto da Universidade. “Onde se possa escolher uma nova administração de forma transparente. Uma Universidade para ter excelência tem que ser democrática”, defendeu o funcionário.
 
O vereador Pedro Ruas e a vereadora Fernanda Melchionna, ambos do PSOL, consideraram a situação muito grave. “Há uma fraude gigantesca com uma ladra no comando da Universidade e um conselho submisso”, disse Ruas Sugerindo uma Moção de Repúdio à reitora. “Pelos 47 episódios e inexistência de licitação”.

Para Fernanda este processo é um conjunto de acinte a qualquer democracia. Ela defendeu ainda eleições diretas para escolha do reitor desta Universidade. “Podemos apoiar vocês de três maneiras ao acompanhar a ação do MP, uma comissão de acompanhamento á luta dos estudantes e endossar o pedido de reforma democrática dentro da Universidade”. A vereadora estranhou ainda a posição do Ministério da Educação que, segundo ela, ignora este processo. “Não posso acreditar que sejam coniventes com esta fraude”.

A Audiência foi dirigida pela presidente da Câmara, vereadora Sofia Cavedon (PT), que, no final do encontro, acertou com os estudantes que a Casa acompanhará o assunto.

Regina Andrade (reg. prof. 8423)