Presidência

Fórum cobra audiência pública sobre árvores da Capital

Trogildo (d) recebeu os ambientalistas Foto: Esteban Duarte/CMPA
Trogildo (d) recebeu os ambientalistas Foto: Esteban Duarte/CMPA (Foto: Esteban Duarte/CMPA)
Quatro integrantes do Fórum Ambiental de Porto Alegre foram recebidos na manhã desta segunda-feira (18/4) pelo presidente da Câmara Municipal, Cassio Trogildo (PTB), para pedir ao vereador que acelere a realização da audiência pública sobre a arborização da Capital solicitada pela entidade. O objetivo principal da audiência, segundo o grupo, será debater a situação das árvores da cidade, principalmente após o vendaval de 29 de janeiro, que destruiu milhares delas, e construir uma proposta de recuperação, replantio e cuidados que possa contar com a participação da comunidade. 

O presidente da Agapan, Leonardo Melgarejo, lembrou que as pessoas ficaram muito sensibilizadas com o cenário de destruição pós-temporal e que a audiência seria uma “oportunidade rara” da Câmara para obter o engajamento popular na busca de soluções. “As árvores devem ter fiscais, vigias e amigos”, disse, frisando a importância de uma cidade verde. “No calor de ontem, quem ficou embaixo das árvores sentiu uma diferença de três a quatro graus a menos.” 

Maria Helena Lucas alertou que Porto Alegre está à mercê de novas situações de emergência, devendo, portanto, buscar providências para evitar danos maiores. De acordo com ela, o Fórum defende a elaboração de um inventário da vegetação, de forma a planejar e a escolher as espécies mais adequadas para plantio. Seriam árvores com porte de arbusto, nativas e frutíferas, como pitangueiras e araçás, capazes de minimizar riscos futuros e possibilitar acessibilidade para as pessoas. “Devemos planejar o que será plantado e onde”, acrescentou Melgarejo.

Luciele Souza contou que o Fórum está desde fevereiro discutindo com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Smam) a recuperação da cobertura vegetal da Capital após o temporal. “Mas estamos enfrentando dificuldades”, afirmou. Disse que os problemas com as árvores se agravam devido à falta de manutenção e de conservação do solo, o que fragiliza a fixação das raízes.

Já Luís Augusto Weber Salvi, da Agapan, e o vereador Cassio Trogildo lembraram da necessidade de se adotar o conceito de resiliência também para a vegetação das cidades. Ou seja, no planejamento da cobertura vegetal, deve-se considerar a capacidade das árvores de se recuperarem após eventos emergenciais, como os temporais.    

Critério na hora de plantar

Trogildo disse que a destruição pelo vendaval de janeiro foi agravada pelo fato de muitas árvores não serem propícias para as vias urbanas. Ele citou as tipuanas, que embelezam e dão sombra, mas são muito grandes e têm raízes superficiais. “Essa espécie foi uma das mais atingidas”, lamentou. “Em canteiros centrais e calçadas, devemos ter muito critério, pois as raízes podem levantar o pavimento, o que dificulta a acessibilidade.” Para o vereador, devem ser escolhidas para replantio mudas de árvores que demandem menos manutenção. “Isso é o caro do processo”, salientou.

O presidente deu total apoio à realização da audiência pública sobre a vegetação de Porto Alegre na Câmara Municipal e informou que o processo com a solicitação do evento está pronto, esperando retorno da diretoria da Casa. Trogildo também sugeriu que seja promovido um seminário sobre o tema.
 
Texto: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)
Edição: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)