Vereadores divergem sobre atuação da Prefeitura após temporal

No espaço de Comunicações e Lideranças da sessão desta quinta-feira (11/2), os vereadores analisaram o balanço feito pelo vice-prefeito Sebastião Melo sobre o plano de ação da prefeitura para atender a população atingida pelo temporal que se abateu sobre Porto Alegre na noite de 29 de janeiro.  

PREPARO - Elizandro Sabino (PTB) enalteceu a atitude do vice-prefeito em ter vindo à Casa para explanar as questões envolvendo as ações da prefeitura após o temporal. "Alguns familiares meus foram prejudicados com o temporal e destacaram que as cenas que assistiram eram de um horror, um caos na cidade de Porto Alegre", disse. O vereador lembrou que, em algumas cidades que já estão acostumadas a receber este tipo de fenômeno ainda não estão preparadas para tais eventos, o que torna as ações que foram feitas em Porto Alegre bem sucedidas na medida em que não está acostumada com este tipo de temporal. "Tivemos, por parte da prefeitura, uma sensação de preparo, com suas ações e mobilizações das secretarias", ressaltou. (JD) 

FORTUNATI - Em nome de seu partido, o PCdoB, Jussara Cony fez questão de cobrar das autoridades do Executivo Municipal presentes na Câmara explicações sobre a ausência do prefeito José Fortunati no momento em que a cidade foi atingida por um forte temporal no dia 29 de janeiro. "Achamos que ele deveria ter participado mais. Estava distante de Porto Alegre. Isso não significa que o vice-prefeito Sebastião Melo (PMDB) não agiu bem", esclareceu. Jussara também reforçou a necessidade de uma regularidade no serviço de podas de árvores, além da elaboração de planos de prevenção a esse tipo de acontecimento. (CV)

PARABÉNS - Mesmo constatando grandes estragos em parques e diferentes regiões da capital, o vereador Airto Ferronato (PSB) cumprimentou todos os envolvidos nos consertos e reparos necessários após o temporal. "Já fui diretor do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) e sei o que é um evento de grande precipitação em um período curto. Temos muito que aprender, mas é necessário cumprimentar, sim, o comando exercido pelo prefeito em exercício Sebastião Melo (PMDB)." (CV)

OUTRAS - O capitalismo está destruindo a natureza, agravando o aquecimento global e ocasionando fenômenos como a savanização da floresta amazônica, extinção de espécies marinhas e, no Sul do Brasil, aumento da quantidade e intensidade de temporais, vendavais, furacões, entre outros. Essa é a constatação de Fernanda Melchionna (PSOL), para quem problemas como os do temporal de 29 de janeiro também passam pela falta de políticas de prevenção e o que ela chamou de sucateamento da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam). "Não há concurso para a Smam desde 1993. Isso gerou terceirizações. Também queremos saber como é feito o plantio de árvores. A Prefeitura não pode plantar árvores sem olhar para cima, sem pensar na rede elétrica. É preciso bom senso", cobrou. (CV)

AMBIENTALISTAS - Idenir Cecchim (PMDB) parabenizou a Prefeitura pelo que considerou como boa atuação diante das intempéries climáticas recentes. Ele desqualificou algumas cobranças de vereadores oposicionistas, classificando-as como "duvidosas". Depois, debateu com ambientalistas presentes nas galerias do Plenário Otávio Rocha. "Estava com saudades das vaias fracas de vocês. Quero falar do que aconteceu de bom, apesar de vocês. É muito mais fácil vir aqui na galeria com faixa do que na casa de quem ficou sem luz porque árvores podres derrubaram a rede elétrica", ironizou, antes de definir o vice-prefeito Sebastião Melo como "grande timoneiro" da cidade em meio ao temporal. (CV)

PLANO - Engenheiro Comassetto (PT) destacou que catástrofes como enchentes e ventanias sempre existem e lembrou que os gestores devem estar preparados para enfrentá-las. Entende que isso não aconteceu porque Porto Alegre não tem seu plano emergencial de enfrentamento a catástrofes. Condenou a terceirização dos serviços que, segundo ele, enfraquecem na execução dos serviços. “A empresa diz que executou o serviço, não fez e recebe os recursos”, lembrou o vereador. (FD)

ATÍPICA - Mônica Leal (PP) retrucou observações feitas pelo vereador Comassetto quando se referiu ao plano de emergência em caso de catástrofes, lembrando que os problemas não são de agora e “o PT quando ocupou o governo não fez”. Mônica alertou que o que ocorreu em Porto Alegre foi uma situação “atípica”, difícil de prever, embora defenda a necessidade de que os institutos de pesquisas consigam prever e avisar sobre possíveis catástrofes. (FD)

AÇÃO - Alberto Kopittke (PT) disse que a cidade vive de eventos extraordinários e as tempestades representam estes momentos. Questionou a estrutura da prefeitura de Porto Alegre nestes casos e condenou também a terceirização dos serviços. “As empresas não assumem a culpa pelo serviço não realizado”, lembrou Kopittke, cobrando um plano estrutural da administração municipal bem como um plano de adaptação às ocorrências climáticas, concluiu. (FD)

AJUDA - Delegado Cleiton (PDT) disse que colocou sua equipe à disposição para ajudar no atendimento da população atingida pelo temporal. Defendeu a atuação do vice-prefeito Sebastião Melo, procurando ajuda das prefeituras da região metropolitana para atender os atingidos. Elogiou ainda a ética dos administradores destas cidades em colaborar com os atingidos pela “catástrofe que se abateu sobre Porto Alegre no último dia 29 de janeiro”, concluiu. (FD)