Inter quer Complexo Cultural no Gigante para Sempre
A indefinição da área exata para a construção do Complexo Cultural do Projeto Gigante para Sempre, do Sport Club Internacional, é motivo de preocupação para as quatro entidades que ocupam espaços no entorno do Estádio Beira-Rio, na Avenida Padre Cacique. As bandas Itinerante e Saldanha e a Escola Imperadores do Samba discutiram o tema com representantes do Inter, durante reunião da Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude (Cece) da Câmara Municipal, na tarde desta terça-feira (29/3). O Beira-Rio é o estádio escolhido pela Fifa para sediar o campeonato mundial de futebol em 2014.
Maximiliano Carlomagno, assessor da presidência do Internacional, reafirmou que o pensamento do clube é montar o centro cultural, com fácil acesso, estacionamento e que as entidades poderão usar a infraestrutura para seus eventos e shows. Quanto ao modelo de parceria para construção do estádio, que foi aprovado em 22 de março pelo Conselho Deliberativo do Inter, o assessor relatou que o projeto não sofreu alteração. O que alterou foi a forma de viabilizar o projeto financeiramente. Vamos viabilizar primeiro o estádio. É o que está sendo tocado, relatou Carlomagno. Ele se comprometeu em marcar reunião com o presidente do Inter, Giovani Luigi, em prazo máximo de 15 dias, para apresentar informações mais concretas sobre o tema do Complexo.
Outra informação do Inter partiu de Hélio Giaretta Júnior, diretor de patrimônio, que reafirmou que o complexo será construído. Segundo ele, existe um grupo trabalhando sobre as novas especificações do projeto em análise pelo Comitê da Fifa, em especial os termos de exigências da mobilidade urbana. Alguns terrenos foram analisados pelos representantes da Fifa. As tratativas são que as escolas fiquem na mesma região, mas haverá necessidade de uma realocação de terreno para que as escolas permaneçam com o mesmo tamanho de espaço que possuem hoje, relatou.
Nilmar Faccin, engenheiro da prefeitura que representou as pastas da Gestão e Copa 2014, disse que o Executivo vem trabalhando para deixar um legado para a cidade em razão do Mundial, e que após uma fase estratégica para captar recursos federais para obras de mobilidade, serão instaladas câmaras temáticas para tratar de assuntos diversos. Em 15 dias o secretário da Copa, João Bosco Vaz, vai instalar as câmaras para atender às demandas de todos os eixos, disse. Quanto às escolas, afirmou também que existe a possibilidade de uma nova configuração das entidades na área, sendo deslocadas para um lado ou outro, mas que o Inter tem o compromisso de ajudar.
Entidades
Pedro Diogo, representante da Banda Saldanha, disse que pelo projeto inicial as escolas seriam deslocadas para outra área, mas que tinha a informação que permaneceriam ali. Segundo ele, a banda quer se aperfeiçoar para o Mundial de 2014, mas existem incertezas. Estamos empacados, sem poder fazer investimentos. Queremos melhorar nosso espaço para a Copa com nossos recursos de festas e shows. Se vier ajuda, melhor ainda.
Pela Banda Itinerante, João Batista Diogo disse que tem informação que a Banda não sai do local, mas que precisam de uma definição, pois além de investimentos previstos, a agremiação realiza projetos sociais no local. Já o presidente da Imperadores do Samba, Luís Carlos Amorim, questionou qual é o novo projeto do Inter, e se atualmente há modificação sobre o original. Também faz parte do projeto a Escola de Samba Praiana, que não compareceu ao encontro.
Encaminhamentos
O vereador Haroldo de Souza (PMDB) disse que a previsão, durante os jogos da Copa, é de 3 mil jornalistas. Talvez essas quadras das duas escolas e duas bandas fossem melhoradas para centro de imprensa, sugeriu. Ele pediu também que a Secretaria Extraordinária da Copa 2014 (Secopa) inclua no cronograma de obras a construção dos prédios das quatro instituições para apresentações artísticas durante os 30 dias do Mundial em Porto Alegre.
Fernanda Melchionna (PSOL) questionou como ficarão as contrapartidas do Inter em relação a projeto aprovado na Câmara que aumentou os índices de construção que viabilizaram o Projeto Gigante para Sempre. O assessor colorado, Maximiliano Carlomagno, disse que essas questões poderão ser esclarecidas no encontro com Giovani Luigi.
Para o presidente da Cece, vereador Professor Garcia (PMDB), há motivos para preocupação com a situação das entidades culturais, pois o Complexo Cultural estava no projeto inicial. Precisamos saber o que tem de concreto e se o Inter continuará com seu compromisso (de construir o complexo cultural), uma vez que a contrapartida para a volumetria aprovada pela Câmara é pequena, ponderou. Para Garcia, são necessárias garantias para que saia a obra, e pediu aos diretores do Inter para que a Cece participe da reunião entre as entidades culturais e o Internacional.
Também participaram da reunião os vereadores Tarciso Flecha Negra (PDT) e DJ Cassiá (PTB), além do presidente do Conselho Municipal de Cultura (CMC), Paulo Roberto Guimarães.
Leonardo Oliveira (reg. prof. 12552)